A primeira vez, seja no que for, fica marcada para sempre no nosso âmago pelas memórias que deixa. Desafiámos três bairradinos a recordarem aquela que foi a sua primeira vindima. Deixamos aqui o testemunho de Carla Neto.
“A vindima é algo que me acompanha desde muito pequena”, começa por contar Carla Neto, hoje rosto dos vinhos da Quinta da Lagoa Velha.
Ainda muito jovem, começou nestas lides nas vinhas com o avô no trator, “onde levava a dorna e a acompanhar a minha mãe e as senhoras a cortar os cachos, que depois colocavam para os poceiros de vime e que levavam à cabeça para despejar para dentro da dorna que, depois de cheia ia para a adega, onde estava o meu pai para receber as uvas”.
São memórias de infância que Carla Neto recorda com saudade e carinho, confessando que era na adega que realmente gostava mais de estar. “Lembro-me bem da primeira vez que mexi o vinho no lagar, atividade reservada aos homens e que carecia de muito cuidado. Mas depois de tanto pedir, um dia o meu pai lá me deixou.”
Toda a vindima era feita recorrendo a pessoas da aldeia, mas vinha também um grupo grande de senhoras de outros locais, que ficavam alojadas numa casa ao lado da de seus pais “e onde eu adorava estar, à noite, a ouvir as suas histórias”, durante o jantar que partilhavam muitas vezes consigo: “eu adorava.
Notícia completa na edição impressa ou digital