Alterações climáticas, eficiência energética, desenvolvimento económico sustentável, economia circular… Nas últimas décadas, estes conceitos foram sendo forçosamente introduzidos no nosso léxico, mas o que é facto é que tal não tem sido suficiente para mudar as mentalidades e para provocar ações verdadeiramente transformadoras.
Carlos Borrego, professor catedrático jubilado no Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro, e há mais de 45 anos a trabalhar no domínio do ambiente, clima e desenvolvimento sustentável, veio, a convite do Rotary Club de Oliveira do Bairro, explicar por que é tão urgente a economia circular e a suficiência (já não basta a eficiência) energética como resposta às ameaças à capacidade (finita) de carga do planeta, provocadas pelo uso excessivo dos recursos naturais.
Sendo outubro o mês que Rotary dedica ao Desenvolvimento Económico e Comunitário, surgiu a oportunidade de realizar este jantar palestra, que juntou cerca de quatro dezenas de pessoas na Residencial Estância, na passada segunda-feira. Carlos Borrego voltou, desta forma, a aceitar um convite do Rotary de Oliveira do Bairro, trinta anos depois de aqui ter estado, na qualidade de ministro do Ambiente, na altura sob a presidência rotária de Domingos Lima.
É urgente, realçou Carlos Borrego, voltarmos ao princípio imortalizado por Lavoisier, em 1789: “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Falamos, pois, de economia circular, “onde não há nada que vá para o lixo”, promovendo-se assim um menor uso de materiais e energia. “Há dez anos, mandávamos pôr solas nos sapatos, uma, duas vezes. Hoje, deitamos os sapatos fora e compramos uns novos. Esta mentalidade tem que mudar, o cidadão deve sentir que pode beneficar de produtos mais duráveis e passíveis de reparação e reutilização.”
Reportagem completa na edição de 10 de novembro de 2022