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Mealhada // Sociedade  

Bussaco reviveu batalha decisiva da história de Portugal

Passados 213 anos da Batalha do Bussaco, encontraram-se tropas anglo-lusas e tropas napoleónicas, agora não em confronto, mas numa representação das forças opositoras de 1810, feita por grupos de recriação histórica.

Os 213 anos da Batalha do Bussaco foram assinalados esta quarta-feira, junto ao Obelisco, com os canhões a sacudirem a Serra, numa cerimónia em que o Exército Português recordou os combatentes e “a vitória decisiva na História de Portugal”, como sublinhou o coronel Américo Henriques.

Passados 213 anos da Batalha do Bussaco, o Obelisco, Terreiro do Monumento, voltou a ser palco do encontro entre as tropas anglo-lusas e as tropas napoleónicas, agora não em confronto, mas numa representação das forças opositoras de 1810, feita por grupos de recriação histórica, que integrou as cerimónias do Exército Português, juntamente com o cortejo histórico, militar e religioso e a Missa Campal.

“Esta foi uma vitória decisiva na História de Portugal”, afirmou o coronel Américo Henriques, responsável pela cerimónia evocativa da Batalha, recordando que Portugal perdeu, na Guerra Peninsular, 200 mil pessoas, numa população de dois milhões e meio.

Num discurso voltado ora para o poder político, ora para as novas gerações, o militar explicou que, na época, Portugal “praticamente não tinha exército”, porque “esqueceu-se o poder político de que um exército não nasce a partir de decreto; esqueceu-se o poder político de que as nações não têm amigos, têm interesses”. E ainda assim, “este exército renascido das cinzas cobriu-se de glória neste campo de batalha”, sublinhou.

Referindo que “nunca na história os homens sabem quando é que uma guerra começa e quando é que ela vai acabar”, deixou aos jovens a mensagem de que “é dever humano e moral perante a Pátria qualquer cidadão, em caso de necessidade, defender a integridade, a liberdade e a soberania da terra que o viu nascer”.

As comemorações da efeméride contaram com diversas iniciativas no concelho da Mealhada, como visionamento de filmes, o concerto pela Orquestra Ligeira do Exército, o lançamento do livro “Vêm aí os franceses”, de Mário Silva Carvalho, vencedor do Prémio Literário António Augusto Costa Simões, e com visitas guiadas, na Mealhada e no Luso, enquadradas também no Dia Mundial do Turismo, que se assinala esta quarta-feira.

A Batalha de Bussaco foi travada durante a Terceira Invasão Francesa, no decorrer da Guerra Peninsular, na Serra do Bussaco, a 27 de setembro de 1810. De um lado, em atitude defensiva, encontravam-se as forças anglo-lusas sob o comando do Tenente-general Arthur Wellesley, Duque de Wellington. Do outro lado, em atitude ofensiva, as forças francesas lideradas pelo Marechal André Massena, que foram obrigadas a recuar. Esta batalha foi fulcral para a derrota final dos franceses, nas Linhas de Torres.