O restaurante Pompeu dos Frangos, na Malaposta, celebrou na última sexta-feira, dia 13 de outubro, 60 anos. O evento juntou cerca de 200 convidados (familiares, amigos, parceiros, clientes e fornecedores) num jantar que se prolongou pela noite fora.
Ao JB o proprietário, Carlos Aires e os filhos, João Simões e Márcia Aires, deram nota, emocionados, do simbolismo da data que regista também a entrada, desde abril, dos irmãos (João e Márcia) como sócios-gerentes do restaurante, numa clara passagem de testemunho para esta que é já a terceira geração à frente deste restaurante de cariz familiar.
O aniversário marca também o processo de renovação e rejuvenescimento do restaurante que está a ser implementado pelos irmãos e que têm já na calha, a intenção de homenagear o fundador – avô Pompeu – num evento mais intimista e reservado.
Quanto a estas seis décadas de vida, dizem ser “uma data muito importante”, não só por este ser um dos poucos restaurantes com esta longevidade e sempre na mesma família, mas também por continuar a ser, nos dias de hoje, uma referência na Malaposta, na região e até a nível nacional.
O Pompeu dos Frangos nasceu em 1963, pelas mãos do avô Pompeu, que começara a atividade em Bustos (Café Recreio), no concelho vizinho de Oliveira do Bairro.
Fazendo votos para que este espaço se mantenha por muitos e bons anos nas mãos dos descendentes, Márcia Aires reconhece que nestes 60 anos de vida muita coisa mudou numa casa que foi crescendo na proporção da afamada cozinha, onde o frango de churrasco e o arroz de miúdos foram responsáveis pelo sucesso que trouxe e continua a trazer ao Pompeu clientes, há muitos anos fidelizados, de todo o país. “Ainda temos clientes que se recordam de ir a Bustos, onde esta aventura começou pelas mãos dos meus avós”, recorda Márcia Aires.
O espaço espelha o crescimento realizado ao longo de seis décadas de vida e o segredo para esta longevidade e sucesso deve-se, segundo Márcia Aires, aos avós e aos pratos que fizeram a casa, mas também à dedicação e empenho do pai, Carlos Aires, que continua a ser uma presença diária no restaurante. Uma paixão que conseguiu passar aos filhos, que agora estão determinados em levar o restaurante para um outro patamar, sem nunca descurar a matriz da cozinha tradicional portuguesa.
Neste momento, com a entrada dos irmãos, as mudanças já se começam a notar, como é o caso da implementação na ementa do arroz de tamboril, outro género de entradas, tais como a salsicha toscana, patê caseiro ou carapauzinhos fritos de escabeche. Mas hoje, os pratos referência continuam a ser o frango de churrasco e o arroz de miúdos, cujo segredo do tempero permanece nas mãos de Carlos Aires.
A estes juntam-se a costeleta à Pompeu, bem como o Cozido à Portuguesa (quinta-feira) e o Cabrito assado à padeiro (domingo). Nos doces, o destaque vai para as Natas do Céu e para muitas outras iguarias (mousse de chocolate caseira, pudim flan, brownie, doce de amêndoa), todas elas confecionadas no restaurante, que emprega presentemente 26 pessoas. A carta de vinhos, como seria expectável, continua a privilegiar a região e os espumantes da Bairrada.
Para além da introdução de novos pratos e de uma nova imagem, segue-se, em breve, a renovação de uma das salas, por forma a proporcionar um ambiente mais acolhedor ao cliente, dando assim resposta às novas exigências do público.
Voto de reconhecimento municipal
∑ O Município de Anadia aprovou, em reunião de executivo, um Voto de Reconhecimento ao Pompeu dos Frangos, como forma de homenagem pela comemoração do seu 60.º aniversário. Em nota, o município destaca que é “um espaço gastronómico de excelência”, mas também, “um local turístico, histórico e cultural” e “em tempos idos, palco de tertúlias, trazendo à Malaposta figuras proeminentes da cultura portuguesa, como Miguel Torga.”