O Cineteatro Messias passa a estar integrado na Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP), uma classificação que permitirá aceder a candidaturas para a programação, bem como “crescer e fazer crescer os agentes culturais do concelho”, revelou Filomena Pinheiro, vice-presidente e vereadora da Cultura da Mealhada, na última reunião de Executivo Municipal.
Aquele espaço da cultura da Mealhada passa a ser um dos 96 equipamentos que integra a RTCP. Com esta classificação, “que é o reconhecimento oficial da sua qualidade técnica”, o Cineteatro Messias “reúne condições para apresentar candidaturas ao programa de apoio à programação e a um conjunto de ações de valorização de recursos humanos”, destacou Filomena Pinheiro.
“O Cineteatro Messias entra no circuito de produções e projetos de artes performativas e num processo de cooperação e colaboração, intercâmbios e novas aprendizagens a nível nacional. É um desafio à capacidade de diálogo e trabalho em rede e uma oportunidade para crescer e fazer crescer os agentes culturais do concelho”, concluiu a autarca.
O Cineteatro Messias terá a possibilidade de se candidatar ao próximo concurso de apoio à programação da Direção-Geral das Artes, cuja abertura se prevê para 2025.
A RTCP, que integra 96 equipamentos culturais em todo o país, foi criada para combater assimetrias regionais e fomentar a “coesão territorial no acesso à cultura e às artes em Portugal”, e assenta “na descentralização e na responsabilidade partilhada do Estado central com as autarquias e as entidades independentes”.
O Cineteatro Messias é o principal equipamento cultural do Município da Mealhada, com uma qualificada e diversificada programação que, em cada temporada, procura conciliar as grandes produções nacionais com as produções de companhias locais. Inaugurado em 1951 pela iniciativa do benemérito comendador Messias Baptista e da autoria do consagrado arquiteto Raul Rodrigues Lima, o Cineteatro integrou os circuitos das grandes companhias nacionais até ao encerramento, por questões de segurança, em finais dos anos 80.
O edifício manteve-se em ruína até 2000, altura em que a Câmara Municipal da Mealhada chamou a si a tarefa de o reabilitar e recuperar, estabelecendo um acordo de direito de superfície, por 50 anos, com a família Messias.