Meia centena de colecionadores de norte a sul do país deslocaram-se à vila da Mamarrosa no passado domingo, com as suas motas, vespas e ciclomotores antigos, a fim de participar no 7.º Encontro organizado pelo grupo Relíquias da Bairrada.
A celebrar 20 anos, o grupo relançou este Encontro, que começou precisamente no ano da sua fundação. Vítor Ferreira sublinha “a presença de modelos icónicos e bastante raros, desde os anos 10 do séc. XX”, tal como aconteceu há cerca de um mês, no Desfile Histórico de Bicicletas Antigas. “Estes dois eventos mostram que a História e o nosso património estão bem vivos.” Vítor Ferreira e a esposa Amélia participaram com uma New Hudson de 1929 e uma Excelsior de 1939.
O encontro teve como parceiro o Rancho S. Simão, que tem trabalhado, em diversas ocasiões, com o Relíquias da Bairrada, como confirmou a JB o presidente, Daniel Jesus. “Tal como eles, gostamos de preservar as nossas tradições”, realçou, manifestando “orgulho” por voltar a fazer parte desta iniciativa.
Elogios à organização
Tony Arrais, diretor do Museu da Moto Antiga da Gafanha da Boa Hora, marcou presença no 1.º Encontro, realizado há 20 anos, e, nos cinco anos seguintes, não falhou nenhum. Quinze anos depois, voltou à vila da Mamarrosa, elogiando a iniciativa e o convívio que proporciona. “É importante, porque é a nossa História que está a rolar. Os jovens de hoje, se não for assim, não sabem como eram estes veículos há 100 anos”, afirma Tony Arrais que, em 2022, organizou o maior passeio de motos antigas do país. “Foi, tal como este, muito seletivo, com cerca de 300 veículos, de todo o país mas também de Inglaterra, França e Espanha.” As motos, frisa, “são um pretexto, porque é principalmente o convívio que nos traz aqui e acaba também por ser uma forma de conhecer o concelho onde nos encontramos”.
Ao contrário de Tony Arrais, Alfredo Novo, do Clube Aveirense de Automóveis Antigos, é um estreante neste Encontro de Motas, Vespas e Ciclomotores Antigos na Mamarrosa. “Fui convidado pelo Vítor [Relíquias da Bairrada] e as expectativas são as melhores, porque vejo aqui bons exemplares e, acima de tudo, boa gente”, na grande maioria “já conhecidos de outros eventos”.
Luís Alberto trouxe até Oliveira do Bairro o exemplar mais antigo presente neste Encontro: uma Royal Enfield (modelo inglês). Apaixonado “por tudo o que é História”, participa pela primeira vez neste encontro, mas é frequentador assíduo de outros do género. “Tenho 30 motas antigas e todas andam a rolar. Entendo que estas peças antigas devam ser admiradas e não estejam fechadas, como peça de museu.” Sobre este encontro, realça “a organização, muito cuidadosa e meticulosa”; o trajeto, “bem delineado, numa zona espetacular para este tipo de passeios”, e as pessoas, “bastante acolhedoras”.