O Município de Oliveira do Bairro continua numa curva descendente no que respeita à produção de resíduos urbanos indiferenciados. Desde 2020 (altura em que foram implementados os projetos Separar para mais Reciclar – SP+R – e Dar Valor é Dar Vida – DVDV), é notória a diminuição destes resíduos, sendo que, em 2023 foram recolhidas 7.886 toneladas, menos 3,77% comparativamente ao ano anterior. Na prática, são menos 13,33 kg de resíduos produzidos por habitante no concelho.
Paralelamente e de forma inversa, de 2022 para 2023, a recolha de resíduos seletivos (papel e cartão; plástico e metal; e vidro) pelos munícipes aumentou 8,42% (mais 5,27kg por habitante), equivalente a 122 toneladas. Os resultados são ainda mais animadores quando se analisa a recolha seletiva nos 36 municípios que integram a ERSUC (entidade responsável pelo tratamento e valorização de resíduos urbanos no Litoral Centro) que, para o mesmo período, diminuiu 1,76% (mesmo nos resíduos indiferenciados, a média é de -1,50%, menos de metade dos 3,77% de redução alcançada em Oliveira do Bairro).
Estes e outros dados foram apresentados pelo vice-presidente da Câmara Municipal, com o pelouro do Ambiente, Jorge Pato, no decorrer da última reunião de câmara, no dia 25 de julho. “Verifica-se um aumento de resíduos recicláveis recolhidos no Município, comparativamente a uma diminuição registada no território de abrangência da ERSUC, o que é absolutamente extraordinário e diz muito da qualidade do trabalho que temos realizado em Oliveira do Bairro”, realçou Jorge Pato, dando ainda a conhecer a taxa de reciclagem no concelho, que atingiu, em 2023, os 16,61%, quando há dez anos era de 8,37%.
Estes resultados, sustenta o vice-presidente da CMOB, “demonstram uma constante melhoria de desempenho do nosso serviço de gestão de resíduos urbanos, através do aumento da separação de resíduos recicláveis e da diminuição da quantidade de resíduos indiferenciados recolhidos, a par de uma resposta e adesão extraordinária por parte dos munícipes oliveirenses aos projetos e iniciativas que temos proposto e implementado”.
Projetos com resultados positivos
Ainda no que respeita à reciclagem de papel, plástico e vidro, as quantidades em ecopontos diminuíram em Oliveira do Bairro, como resultado do projeto “Separar para mais Reciclar”. Esta iniciativa do Município abrange, atualmente, mais de 5270 habitações, estabelecimentos comerciais e pequenas indústrias de todo o concelho.
Três anos volvidos desde o início do projeto, os resultados são positivos. Segundo dados da autarquia, só em 2023, foram recolhidas, porta-a-porta, mais de 661 toneladas de resíduos recicláveis (mais 35% face ao ano de 2022).
Ainda assim, mais de 950 aderentes, que pediram os mini-ecopontos, “nunca os colocaram para recolha”, lamentou Jorge Pato, apelando a uma maior necessidade de divulgação e de sensibilização. No caso dos biorresíduos, no âmbito do projeto municipal “Dar Valor é Dar Vida” (alargado a toda a população em 2023), foram valorizadas 183 toneladas de biorresíduos (resíduos alimentares e pequenos resíduos da manutenção de jardim e quintal), o que permitiu a produção de mais de 61 toneladas de composto natural.
Zona Industrial da Palhaça terá mais 27 lotes
O presidente da Câmara Municipal, Duarte Novo, deu também a conhecer, na última reunião de executivo, os recentes procedimentos de “mais uma iniciativa de expansão industrial”, respeitante, neste caso, à Zona Industrial da Palhaça. “Se para a Zona Industrial de Vila Verde, em duas horas, vendemos 36 lotes, apelo a que se façam todas as diligências para que possamos satisfazer as empresas que querem investir no nosso concelho e particularmente na Palhaça.”
O vice-presidente, Jorge Pato, garantiu que tudo será feito nesse sentido, tendo a compra de terrenos já sido iniciada há algum tempo. Estão adquiridos cerca de 70% dos terrenos para a área de implantação desta zona industrial. Porém, “com este projeto, teremos de comprar mais terrenos, nomeadamente para arruamentos”, referiu, adiantando que serão construídos 27 lotes industriais, para além dos arruamentos e zonas verdes.
Com o documento proveniente da aprovação da delimitação da unidade de execução da ampliação da ZI da Palhaça , “a Câmara tem agora legitimidade para avançar com a declaração de utilidade pública, de forma a podermos expropriar os terrenos que não for possível comprar por mútuo acordo”.
O vice-presidente da CMOB explicou ainda que, no caso da unidade de execução da ZI de Vila Verde, esta foi realizada por uma consultora externa. “Este processo permitiu que os nossos técnicos adquirissem conhecimento, executando agora, de forma autónoma, o da ZI da Palhaça.” Jorge Pato revelou estar “otimista” de que “esta ampliação será substancialmente mais rápida”, esperando que a venda de lotes seja “tão ou mais eficiente” do que em Vila Verde. O processo entra agora em período de discussão pública.