Em plena época de incêndios, a Mata Nacional do Bussaco está a contar com um apoio extra para a prevenção deste tipo de ocorrências, num projeto da Comunidade de Baldios do Bussaco – Zona Luso, apoiado pelo Município da Mealhada, destinado a limpar e a reflorestar 80 hectares em torno da cerca desta importante mata do país.
Chama-se BioCompart – Criação do Parque Biodiverso do Planalto do Bussaco e levou à intervenção em 80 dos 150 hectares geridos pela Comunidade de Baldios do Bussaco – Zona Luso e destina-se a valorizar a Serra do Bussaco em termos ambientais e turísticos. O projeto, dinamizado por aquela comunidade de baldios, com o apoio do Município da Mealhada, foi objeto de uma candidatura ao Programa Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, num valor total de 403 mil euros, com a ajuda financeira da autarquia no valor de 50 mil euros.
Os trabalhos em torno do perímetro exterior da Mata estão a ser desenvolvidos desde dezembro e passam pelo arranque de invasoras (predominantemente acácias), rechega, preparação de terreno e plantação de espécies autóctones (carvalho, azevinho, medronheiro, etc…), para além da manutenção daqueles solos, com o combate ao ressurgimento de invasoras.
De acordo com da Comunidade Local dos Baldios do Bussaco – Zona Luso, esta intervenção vai no sentido de criar, também, uma primeira barreira contra incêndios suscetíveis de ameaçar a Mata Nacional do Bussaco, “controlar a evolução massiva de espécies invasoras (acacial), e reflorestar adequadamente o planalto da Serra do Bussaco, evitando a erosão e fixando a humidade, mitigando deste modo a seca extrema que afeta diretamente o aquífero de Luso”, daí terem sido eleitos para a intervenção os cerca de 80 hectares mais próximos da Mata Nacional do Bussaco.
A candidatura ao PDR 2020 assegurou 80 por cento do investimento total de 403 mil euros. Os restantes 20% foram suportados pelos fundos da Comunidade de Baldios e pelo já referido apoio do Município da Mealhada.
António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada refere que este projeto trouxe “um trabalho árduo no combate a invasoras, mas agora agradável de ver, com a plantação de uma floresta autóctone, que é uma mais valia de várias formas, a começar pelo incremento desta biodiversidade e, depois, como uma barreira verde de proteção à Mata Nacional do Bussaco em caso de incêndio”. Para o autarca, “é importante o controlo das invasoras e o ordenamento da serra, com esta revalorização do planalto criando novos espaços de atração turística e de lazer”.
Pedro Pereira, da Comunidade de Baldios fez questão de destacar que “este projeto visa proteger a Mata Nacional do Bussaco, por isso elegemos estes 80 hectares para a nossa intervenção, na medida em que são os que estão contíguos à Mata”. Esta intervenção vai mesmo no sentido de “tornar a Mata mais resiliente aos fogos florestais, para além de criar novas zonas de reflorestação controlada”.
“Graças ao apoio da Câmara da Mealhada e ao contrato com uma operadora de comunicações conseguimos reunir condições financeiras para suportar os 20 por cento de todo o investimento”, disse aquele responsável.