Foto: Federação Portuguesa de Ciclismo
O diretor desportivo da ABTF-Feirense disse ontem que a equipa “tudo fará” para manter a camisola amarela da 85.ª Volta a Portugal com o ciclista Afonso Eulálio, prevendo uma segunda metade da corrida “imprevisível e difícil de controlar”.
Em declarações à Lusa, durante o dia de descanso da 85.ª edição, volvidas quatro de 10 etapas (mais o prólogo), o jovem de 22 anos dos feirenses lidera a corrida, com 16 segundos de vantagem para o segundo classificado e vencedor de 2023, o suíço Colin Stüssi (Vorarlberg), e 20 para o espanhol Jon Agirre (Kern Pharma), terceiro.
Em sexto está outro ABTF-Feirense, o experiente António Carvalho, a 1.23 minutos do companheiro de equipa, e esta formação acaba por ser, das equipas nacionais, a melhor posicionada à entrada para a segunda metade, tendo o pelotão já passado pelo Observatório de Vila Nova e pela Torre.
“Quanto à prestação, estou muito satisfeito, tanto eu como todo o ‘staff’ e as pessoas que fazem parte desta equipa. (…) [No dia de descanso,] acabamos por ter um bocadinho mais tempo para analisar certas situações e preparar o que vem pela frente, afinando alguns pormenores”, explica Joaquim Andrade.
O diretor desportivo considera que a amarela dá uma “motivação extra” para o que falta da corrida, “apesar de acarretar mais responsabilidades”, e essa força é algo que “todas as equipas gostam de sentir, por ser fruto de todo o trabalho” posto na estrada.
“Tudo faremos para a manter e manter as nossas aspirações intactas. Outras equipas têm corredores em posições privilegiadas, tanto Stüssi como Agirre estão numa posição privilegiada para poderem vencer a Volta. Terão de assumir e repartir connosco essas responsabilidades”, avisa Joaquim Andrade.
O antigo ciclista vê no suíço que venceu a Volta em 2023 um corredor de “qualidade acima da média, que já tem a experiência de ganhar a corrida, com uma equipa organizada e numa forma superior à do ano anterior”, e em Agirre um jovem “um pouco mais imprevisível, com uma equipa muito forte”.
De resto, desvaloriza a situação atual da geral, porque pode ser “um pouco enganadora”, uma vez que a esta altura, “com duas etapas decisivas já cumpridas, o 20.º classificado ainda está a menos de quatro minutos” do primeiro, no caso o russo Artem Nych, da Sabgal-Anicolor agora ‘órfã’ do uruguaio Mauricio Moreira.
Corrida imprevisível
Andrade destaca Nych como um corredor perigoso, a par de outros nomes, como Abner González e Joaquim Silva, da Efapel, Afonso Silva, Diogo Barbosa, Delio Fernández, da AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense, Jesus del Pino (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho) e Luís Fernandes (Credibom-LA Alumínios-MarcosCar).
“Há muita gente, pode tornar a corrida mais difícil de controlar e mais imprevisível. São dias de muito espetáculo mas, para nós, de muito trabalho”, declara.
Joaquim Andrade exalta ainda a experiência de António Carvalho, que sabe o que é estar no pódio e seria o chefe de fila da equipa, agora no apoio a Eulálio, mas também do espanhol Óscar Cabedo, em função de um camisola amarela ainda muito jovem.
A capacidade de previsão e leitura de corrida que trazem são uma vantagem, afirma, e a razão pela qual sente a necessidade de construir “equipas nestes moldes, e tem sido assim desde 2018”, combinando a irreverência da juventude com a experiência.
A 85.ª Volta a Portugal em bicicleta está na estrada até domingo, terminando em Viseu com um contrarrelógio individual, e prossegue esta terça-feira, com a quinta etapa, 176,8 quilómetros entre Penedono e Bragança.