A Arte(m) e capacidade de Nych deram o triunfo ao corredor russo da Sabgal/Anicolor, que se tornou no 64º vencedor da Volta a Portugal ao ganhar o contrarrelógio individual que se disputou em Viseu, na distância de 26,6 quilómetros, confirmando a profecia de que “a camisola amarela dá asas”.
Foi a sétima vitória da temporada de Nych e a décima da carreira profissional, iniciada em 2014 na Rússia, tendo chegado o ano passado à estrutura de Rúben Pereira. O corredor natural de Kemeroso, na província russa da Sibéria, fez “renascer das cinzas” a equipa sediada em Águeda que parecia ter perdido todas as opções após a desistência de Maurício Moreira, a caminho da Guarda.
Com o triunfo em Boticas, Nych relançou a corrida e com a ascensão à Senhora da Graça, onde foi segundo, envergou a Camisola Amarela Continente e tornou-se no principal candidato ao triunfo na “Portuguesa”.
Julius Johansen (Sabgal/Anicolor) foi durante muito tempo o corredor com o melhor tempo e só com a chegada do seu companheiro de equipa, por escassos 3 segundos, saiu da “cadeira do Poder”. Rúben Pereira, o diretor-desportivo, poderia ter mandado Nych desacelerar para permitir a vitória do dinamarquês e assim ter dois corredores no pódio final, já que Colin Stussi ficou a 30” do camisola amarela, terminando como vice-campeão da “Portuguesa”.
“Falei com a camisola amarela e ela deu força para ganhar. Com o tempo que tinha sobre Stussi, que era o mais perigoso acreditei na vitória. O que passei durante dois anos, são compensados por esta vitória”, afirmou Artem Nych.
O suíço do Team Vorarlberg foi o único a intrometer-se no domínio da Sabgal/Anicolor ao ser terceiro no contrarrelógio individual, já que Rafael Reis viria a ser quarto no final da tirada. Longe dos melhores ficou Abner Gonzalez (Efapel Cycling), o porto-riquenho acabou por cair para a terceira posição da classificação final, melhorando a sua posição de 2021 quando foi sexto da geral ao serviço da Movistar.
Afonso Eulálio da ABTF-Feirense terminou em 10º lugar
Entre os portugueses, Reis foi o melhor na tirada e Gonçalo Leaça (Credibom/LA Alumínios/Marcos Car) o melhor na geral, ao alcançar o 4º lugar. Já p jovem de 22 anos, Afonso Eulálio (ABTFBetão/Feirense), que foi líder durante vários dias, terminou na 10ª posição. Destaque também para Diogo “Conquistador” Barbosa (AP Hotels & Resort/Tavira/Farense), o filho de Cândido Barbosa, a concluir na 15ª posição e a ser o terceiro português.
A Aviludo/Louletano/Loulé Concelho, fez também a festa final ao vencer duas etapas e conquistar a Classificação por Pontos GALP, através de German Tivani, tendo os espanhóis da Euskaltel/Euskadi, ganho a Classificação por Equipas e o seu corredor Luís Angel Mate triunfado na Classificação da Montanha, Camisola Azul Carclasse e Jaume Guardeño (Caja Rural/seguros RGA), conquistado a Camisola Branca Placard da Juventude.
Henrique Casimiro (Efapel Cycling), corredor natural de Almodôvar, colocou um ponto final da carreira ciclista profissional, depois de 16 temporadas no pelotão nacional. A organização atribuiu o Prémio Espírito de Sacrifício, instituído pelas Tropas Paraquedistas, para premiar uma carreira ou um corredor marcante no seio da modalidade e da Volta a Portugal.
Correu o pano na 85ª Volta a Portugal Continente, que foi marcada por muitos momentos de emoção e trouxe o Povo para a Estrada. Em 2025 o início da “Portuguesa” será na Maia e o final em Lisboa.