O Centro de Alto Rendimento (CAR) de Anadia – Velódromo Nacional de Sangalhos completa, hoje, 15 anos. Foi inaugurado a 11 de setembro de 2009, pelo então ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira.
O saudoso, Alves Barbosa (que deu as primeiras pedaladas oficiais na pista), Carlos Lopes e Rosa Mota foram algumas das personalidades do desporto nacional presentes nesta inauguração, que também contou com a presença de muitos outros convidados.
De lá para cá, o CAR tem vindo na afirmar-se pela excelência na preparação de atletas para as competições de alto nível.
Ainda no rescaldo da participação olímpica e das vitórias alcançadas em Paris, Pedro Dias, Secretário de Estado do Desporto, falou ao JB da importância e do papel do Velódromo de Sangalhos e do CAR de Anadia nestas conquistas, prevendo que, com o apoio do governo, central e local, outras se possam somar.
O CAR – Centro de Alto Rendimento de Sangalhos tem sido o berço de campeões nacionais, europeus, mundiais e, mais recentemente, olímpicos. Foi claramente uma aposta ganha, feita pelo município de Anadia e pelo governo, há 15 anos?
As instalações dedicadas ao Desporto são um dos fatores de desenvolvimento desportivo, cuja relevância é determinante no processo, independentemente do contexto. As instalações condicionam as oportunidades, o nosso país necessita de espaços dedicados à prática desportiva de competição e de prática informal, nas cidades, nos bairros, nas escolas, nas Instituições de Ensino Superior, entre outros.
A existência de Centros de Alto Rendimento dedicados e especializados, aumenta as oportunidades e qualifica a prática de desporto de alto rendimento. Foi com certeza uma boa aposta da FP Ciclismo, do Município e do Governo.
Com estes resultados, são de esperar mais apoios financeiros do Estado, conforme têm vindo a ser reivindicados pelo Município de Anadia, para a manutenção do CAR (gestão da infraestrutura e equipamentos)?
Os resultados desportivos no alto rendimento devem ser consequência de um processo excelência, que tem a participação ativa de várias entidades e agentes.
O Estado, seja central, seja local, tem a responsabilidade de contribuir para a qualificação contínua do processo de desenvolvimento desportivo do país.
As instalações desportivas, a exemplo de outros equipamentos de uso público, são indispensáveis para sermos mais e melhores no Desporto.
Os municípios, gestores dos CAR, têm desempenhado um papel fulcral na capacitação das infraestruturas para os nossos atletas. São parceiros fundamentais e a CM de Anadia tem sido um exemplo, mantendo e criando condições de excelência no CAR para o Ciclismo, mas não só.
O compromisso do governo relativamente ao investimento no Desporto, sendo um dos 4 objetivos nacionais para o Desporto, está assumido no programa de governo aprovado na Assembleia da República: aproximar o investimento no desporto da média dos países da União Europeia.
As medalhas olímpicas em pista e omnium poderão dar um novo impulso à modalidade? Há disponibilidade do governo para isso?
Sempre que um país “ganha” um herói, através de um feito notável, como é o caso de uma medalha olímpica, há sempre uma resposta (por parte especialmente dos jovens) que se traduz no acompanhamento da modalidade, do/a atleta e – claro – na perspetiva de poder praticar essa modalidade. Todos temos de estar preparados para que essa oportunidade tenha uma resposta adequada e de qualidade.
O ciclismo tem uma organização chave no nosso país que é a Federação Portuguesa de Ciclismo. O Estado Português reconhece através da Utilidade Pública Desportiva, o direito (e o dever) de gestão, organização e desenvolvimento do Ciclismo em Portugal, em todas as suas especialidades e de acordo com as potencialidades do país e das regiões.
O governo (central e local) será sempre um parceiro que estará ao lado dos melhores projetos, que leve o desporto a todos os cidadãos.
Acredita que poderão surgir, em breve, novos CAR no país?
Mais do que o surgimento de novos CAR, precisamos de melhorar as condições de preparação dos nossos melhores atletas. Pode passar pela existência de novos espaços, mas claramente passará pela melhoria, modernização e diversificação dos apoios a disponibilizar.
Iremos analisar, conjuntamente com o Comité Olímpico e o Comité Paralímpico de Portugal, o que correu bem e o que poderá correr melhor. Queremos sobretudo aumentar a qualidade do processo.
Uma declaração final, sobre o que significa para si e para o governo os resultados alcançados nos Jogos Olímpicos Paris 2024; e uma mensagem para os campeões Iúri Leitão e Rui Oliveira.
Nunca será demais agradecer todo o esforço dos nossos atletas que, abdicando de muitas coisas, tratam de se preparar para responder ao desafio de competir e vencer, apurar para estar nos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos e, claro, disputar e vencer uma medalha nesses jogos.
O Iúri e o Rui são os nossos novos heróis; que se juntam a vários outros e que nos ajudam a acreditar que tudo é possível com trabalho de qualidade e dedicação resiliente.
A missão de Portugal nos Jogos Olímpicos foi fantástica. Vários atletas melhoraram os seus resultados. Outros disputaram as finais e quatro alcançaram as tão famosas medalhas olímpicas. Foi uma missão diversificada, com várias modalidades e especialidades desportivas presentes e onde o número de atletas femininas superou o número de atletas masculinos. Devemos, pois, estar orgulhosos pelo trabalho dos atletas, dos treinadores e dos dirigentes desportivos, que todos os dias trabalham, trabalharam para que isto fosse possível.
Abimota e Bikinnov felicitam campeões olímpicos
A Abimota – Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas, Ferragens, Mobiliário e Afins e a Bikinnov – Bike Value Innovation Center – Association felicitaram os campeões olímpicos, em especial, os ciclistas Iúri Leitão e Rui Oliveira, “pela brilhante conquista da Medalha de Ouro na prova de Madison, nos Jogos Olímpicos (JO) de Paris”. O voto de louvor a todos os atletas que se destacaram nos JO foi aprovado, por unanimidade, na reunião de direção de 2 de setembro. “Este reconhecimento, mais do que merecido, reflete o orgulho de todo o setor [das duas rodas] pelas conquistas alcançadas”, consideram a Abimota e o Bikinnov. A vitória, em particular de Iúri Leitão e Rui Oliveira, “eleva o nome de Portugal ao mais alto patamar do desporto mundial, refletindo o árduo trabalho, a dedicação e o talento destes atletas, que tanto honram o nosso país”.
Papel do Velódromo e contribuição da FPC
As duas entidades destacam ainda e com especial apreço, o papel fundamental do Velódromo Nacional de Sangalhos, integrado no Centro de Alto Rendimento (CAR) de Anadia, na preparação destes atletas de elite.
No seu entender, o Velódromo “tem-se afirmado como um palco de inovações e desenvolvimento do ciclismo em Portugal” e continua a contribuir para o seu fortalecimento, “também no cenário internacional.”
A Abimota e a Bikinnov reconhecem, além disso, a “importante contribuição” da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), “fornecendo não apenas os recursos e a orientação necessários, mas também uma visão estratégica que tem permitido aos nossos atletas competir ao mais alto nível internacional”.
Gil Nadais, secretário-geral da Abimota e diretor executivo do Bikinnov, sublinhou a importância do setor das duas rodas em Portugal, afirmando que “o sucesso dos nossos atletas nos Jogos Olímpicos é uma prova incontestável do valor e da relevância deste setor que, além de impulsionar a economia e a inovação, é um pilar essencial para o desenvolvimento do desporto no nosso país”. Gil Nadais conclui dizendo que “as conquistas dos nossos campeões são um reflexo do compromisso e da paixão que todos partilhamos por esta área.”