Foto: LUSA
A madrugada de 17 de setembro “foi horrível”, avançou esta manhã, o autarca de Águeda, Jorge Almeida, ao Jornal da Bairrada. O incêndio que lavrava com grande intensidade desde ontem de manhã, vindo de Sever do Vouga, “desdobrou-se durante a madrugada em múltiplos fogos com chamadas sucessivas e simultâneas em muitos locais”, afirmou, reconhecendo que os “meios de combate são os possíveis”, tendo em conta o que se passa no país.
Esta manhã (terça-feira), o fogo continua a avançar, ainda motivado por vento intenso, sobretudo na zona mais alta do concelho “e temos o fogo que, com a velocidade que ganhou durante a noite, se foi aproximando da cidade”. “Neste momento, temos o fogo na cidade praticamente”, admitiu o autarca, que dava nota que, desde as 9h, entraram neste combate dois meios aéreos (dois canadairs), para além dos meios do concelho reforçados com uma equipa proveniente de Lisboa, desde as 5h da manhã e equipas da força especial de bombeiros e todas as unidades locais de proteção civil, presentes desde o primeiro momento.
As pessoas que foram retiradas ou ficaram desalojadas estão em casa de familiares, ainda que estejam a ser acompanhados desde ontem pelas equipas da autarquia de Ação Social.
Madrugada de pânico
A madrugada foi de terror e pânico, sobretudo para as populações de Macinhata do Vouga, Valongo do Vouga, Préstimo e Macieira de Alcoba, e União das Freguesias de Trofa, Segadães e Lamas do Vouga.
Entre as casas ardidas, estarão uma habitação em Sernada do Vouga e a velha pensão da Beira Alta, junto à estação de comboios.
Apesar do esforço dos meios envolvidos, a força do fogo, que lavrava com rapidez devido ao vento forte, acabou por atingir e consumir algumas casas: “algumas serão casas devolutas, outras anexos de casas e uma ou outra casa de primeira residência que ainda estramos a avaliar”, referiu Jorge Almeida às primeiras horas da manhã de hoje, numa altura em que no terreno se fazia ainda a avaliação dos prejuízos.
Nesta noite de terror, na freguesia de Macinhata do Vouga, houve necessidade de evacuar habitações, em Jafafe, Macinhata, Serém, Cavada Nova e Sernada. “Há casas consumidas pelo fogo, não só edifícios devolutos, mas também algumas habitações permanentes”.
Outros lugares igualmente atingidos são Moita, Chãs, Soutelo, Beco, Mesa, Carvalhal da Portela, Fermentões, Sobreiro, Brunhido, Á-dos-Ferreiros, entre outros.
“Foi terrível, inimaginável”, disse o presidente da Câmara de Águeda, sobre uma madrugada de sobressalto e de pânico, com vento muito forte, responsável por este cenário dantesco.
Portugal está em estado de alerta até quinta-feira. Mais de 5 mil operacionais combatem nesta altura 23 incêndios ativos em todo o país.