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Cantanhede // Vinhos  

Adega de Cantanhede apresenta topos de gama “Marquês de Marialva”

Foram oito, as referências da gama premium, Marquês de Marialva que a Adega de Cantanhede, em parceria com a Vinalda, distribuidor em exclusivo para esta gama, deram a conhecer na passada segunda-feira, em Cantanhede, à semelhança das iniciativas que já aconteceram noutros pontos do país.

As grandes estrelas da manhã, foram, sem dúvida, os dois produtos novos que passam agora a estar disponíveis. Falamos do Grande Reserva Marquês de Marialva Baga Rosé 2021 (engarrafado em 2023) e o tão aguardado vinho tinto Marquês de Marialva Confirmado Baga 1995.

A apresentação esteve a cargo do enólogo consultor, António Ventura e do enólogo permanente, Guilherme Pereira que, ao longo de uma hora, falaram dos oito vinhos em prova, destacando-se a casta Baga que, naquela manhã, brilhou em várias versões, mostrando toda a sua plasticidade, longevidade e capacidade para dar origem a vinhos diferentes e diferenciadores. Dos espumantes brancos aos vinhos tintos, passando pelo rosé à aguardente, a longevidade e potencial da Baga estiveram bem espelhados nos néctares apresentados e que integram este lote de produtos premium da Adega.

A estrela

O Marquês de Marialva Confirmado Baga 1995 faz parte de uma série de vinhos únicos e raros. É o segundo vinho a ser lançado com esta designação. O primeiro Marquês de Marialva Confirmado, na altura da colheita de 1991, conheceu a luz do dia em 2013. Agora, o Confirmado 1995, surge depois de 29 anos e após mais de 26 anos de estágio em cave, num processo de meticulosa verificação em que foi atestada a qualidade e aptidão ao consumo de cada uma das cerca de 3.100 garrafas, confirmando a longevidade da Baga.

A raridade deste vinho, com um PVP entre os 150 e os 160 euros, deve-se ao facto de em 1997, a Adega ter apresentado, pela primeira vez, o Marquês de Marialva Baga Reserva, da icónica vindima de 1995, ao concurso em França, alcançando a medalha de Ouro, tornando-o, assim, o primeiro monovarietal de uma casta portuguesa medalhado com Ouro num concurso internacional. “Com este vinho e esta medalha, ajudámos a abrir a porta para a notoriedade das castas portuguesas, a nível internacional”, sublinhou Maria Miguel Manão, responsável pelo departamento Comercial e Marketing, no final da apresentação, reconhecendo ainda que “esta nossa aposta na Baga é uma aposta ganha porque queremos continuar a proteger e a valorizar, de uma forma diferenciada, tudo o que é uva de vinha velha (algumas quase centenárias)”.

Com cerca de 500 associados e uma área a rondar os mil hectares, a Adega de Cantanhede tem vindo a valorizar a matéria-prima proveniente de vinhas velhas dos associados, por forma a manter este património tão especial. Isso mesmo foi também vincado por António Ventura, para quem a região “tem uma história, um clima muito próprio e uma morfologia geológica extremamente particular”, com grande influência marítima, sendo ainda, a seu ver, “notável”, a forma esmerada como os produtores tratam as castas. “Uma das coisas que mais me surpreendeu na região foi o amor que as pessoas têm à vinha e o carinho com que a tratam”, destacou.

Topos de gama

Assim, durante a manhã, estiveram também em destaque outras referência da gama Marquês de Marialva. Foram os casos dos espumante Marquês de Marialva Cuvée Primitivo Brut Nature 2015, cem por cento Arinto (e único vinho da manhã a não ser de Baga), com dégorgement realizado em 2021; Marquês de Marialva Baga Blanc de Noir Cuvée Bruto 2014, em que se aproveitou apenas 30% do mosto flor. Seguiu-se a novidade – Marquês de Marialva Grande Reserva Rosé 2021, engarrafado em 2023, elaborado com a casta Baga e estagiado em barrica de carvalho francês de tosta suave, revelando-se “um vinho rosé sério”, fresco, untuoso e com longa persistência.

Destaque ainda para os dois vinhos tintos “irmãos gémeos”, da colheita de 2015, vinificados em conjunto, mas que seguiram percursos distintos: um estagiou 18 meses em barricas novas e de segundo uso – Marquês de Marialva Baga Complexo 2015, o outro permaneceu em inox e teve um estágio de 60 meses em garrafa – Marquês de Marialva UnOaked 2015.

O vinho tinto Marquês de Marialva Grande Reserva 2015, foi outro grande vinho feito de baga que fez 12 meses de estágio em barricas de carvalho francês com tosta suave, finalizando a prova com a aguardente Marquês de Marialva vínica Velhíssima 25 anos, com destilação dupla de vinhos da casta Baga.

Aos jornalistas, Maria Miguel Manão explicou ainda que este tipo de apresentação permite posicionar a marca, mas também desmistificar a imagem que se tem das cooperativas, de que “fazem vinhos para as massas e não apostam na qualidade”. Vinhos que espelham o que a região tem de melhor para oferecer e sempre apostando no que são as castas autóctones da Bairrada, “um fator de diferenciação que não podemos perder.”