Arrancou a empreitada de construção da ligação do PEC – Parque Empresarial do Casarão, em Águeda, ao IC2 e a obra de reposição de aterros e reconstrução da estrada em Serém, no troço que abateu, em março, por conta de um deslizamento de terras, decorre a bom ritmo.
Já está no terreno a obra de ligação do PEC ao IC2. “Agora é só cumprir os prazos”, declara Jorge Almeida, confiante que a obra poderá estar concluída antes do verão de 2026. Adjudicada à empresa Construções Carlos Pinho, Lda por 7,66 milhões de euros (acrescidos de IVA) e financiada a 100% ao abrigo do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência –, a ligação do PEC ao IC2 vai ser desenvolvida ao longo de cerca de oito quilómetros, incluindo a reabilitação da estrada municipal 605-1 e do troço que liga à EN333, bem como a construção de um viaduto sobre a EN1 e a adequação do eixo de acesso ao PEC.
Quanto à empreitada de reconstrução do aterro e da plataforma rodoviária do IC2, na zona de Serém, em Macinhata do Vouga, no seguimento do deslizamento de terras ocorrido a 12 de março, que obrigou ao corte total do tráfego, o presidente da câmara de Águeda diz que “estão a ser instalados os equipamentos de drenagem de água para salvaguardar o aterro”. “A partir daqui, os trabalhos finais da obra – nomeadamente, a colocação de alcatrões, a pintura dos pisos e a colocação de guardas metálicas – estarão dependentes das condições climatéricas, mas acredito que nas próximas semanas teremos condições para reabrir a estrada”, informou o edil, no rescaldo da última reunião de câmara, antecipando um encontro com a IP – Infraestruturas de Portugal –, no local, para preparação da reabertura ao trânsito.
“Estamos em vias de perder a oportunidade de avançar com a via Aveiro-Águeda”
Continua a faltar a essencial declaração de impacto ambiental, para que o eixo rodoviário Aveiro – Águeda possa avançar. Na sessão comemorativa dos 35 anos de associativismo municipal na região, no dia 16 de outubro, Joaquim Baptista, presidente da CIRA – Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro –, deixou críticas ao poder central, lamentando “o calvário que é obter um parecer seja para o que for” e “as oportunidades de financiamento que já perdemos enquanto região”.
“Estamos em vias de perder a oportunidade de avançar com uma via ambicionada há décadas e absolutamente estruturante para o desenvolvimento económico desta região, porque agora é preciso calcular novamente o CO2 produzido pelo estaleiro da obra”, expôs, referindo-se ao processo de avaliação do impacto ambiental da obra do eixo rodoviário Aveiro-Águeda e apelando à “coragem política para tomar decisões”.
No mesmo contexto, o presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida, recordou que o projeto de execução desta ligação rodoviária foi entregue na APA – Agência Portuguesa do Ambiente – para declaração de impacto ambiental no mês de março e que, neste momento, para salvaguardar o financiamento previsto pelos fundos do PRR, as entidades estão “numa corrida contra o tempo”.
“Estamos a falar de uma obra que é ansiada pelas populações há mais de 60 anos e que as comunidades não percebem por que é que ainda não avançou”, diz o edil. “Nos tempos de hoje, não é aceitável que, em hora de ponta, um cidadão demore uma hora a chegar de Águeda a Aveiro”, entende, lembrando que, “de acordo com a contagem de tráfego da Infraestruturas de Portugal, são 16 mil veículos por dia que estão sujeitos a isto”. “Não é uma questão adiável”, reforça.
Afonso Ré Lau