A Junta de Freguesia de Luso e a Associação Quatro Patas e Focinhos uniram esforços e selaram uma parceria no cuidado aos animais errantes, no dia 7 de novembro. No projeto “Luso Bussaco… Aqui há gatos!” foram distribuídas pela vila três casas-abrigo para colónias de gatos que vêm sendo acompanhadas e controladas, tanto pela associação como por diversos cuidadores.
“Fomos abordados pela associação para tentar debelar a problemática dos gatos errantes da vila e com esse impulso nasceu este projeto. Há muito tempo que existem na freguesia cuidadores que fazem este trabalho e decidimos ajudar. Além da construção e distribuição destas casas-abrigo, apoiámos a associação monetariamente por forma a fazerem face à despesa na esterilização”, disse o presidente da Junta, Claudemiro Semedo.
A opinião é unânime entre estas duas entidades: os animais errantes descuidados são um problema de saúde e segurança públicas e são projetos pioneiros como estes que minimizam o impacto e tornam a convivência entre pessoas e gatos, mais saudável.
“Isto é uma responsabilidade que devia caber às entidades municipais. Até o Município, que tem recursos que uma freguesia não tem, devia tomar as rédeas e pensar em projetos como este, mesmo com o apoio das associações, cujo trabalho tem sido essencial nos últimos anos. O anúncio do projeto do novo canil municipal pode ajudar a minimizar esta problemática, pode ser um complemento, mas acredito que a esterilização seja mais eficaz e um bom princípio”, conclui o autarca.
Até agora já foi esterilizada uma colónia inteira e devolvida ao seu habitat natural. Foram ainda recolhidos gatinhos bebés e encaminhados para adoção. Está previsto, até ao final do ano, o início de intervenção noutra colónia.
Os muitos cuidadores espalhados pela vila têm, ao longo dos anos, feito o melhor que podem, mas é certo que a comida despejada no chão ou com recipientes que não são próprios não é higiénico e esteticamente não se coaduna com um Luso mais turístico, por isso este será outro ponto favorável deste projeto.
Arlete Gomes, voluntária da associação, entende que o projeto é uma mais valia e poderá servir de exemplo para outras entidades. “Intervir nestas colónias, esterilizar e controlar custa muito dinheiro e este escasseia muitas vezes. Quando uma Junta nos ouve, apoia e faz acontecer, acreditamos que fará toda a diferença e só podemos estar gratos por trabalharmos lado a lado”, frisou.