A Turismo Centro de Portugal escolheu o Palace Hotel do Bussaco para dar a conhecer, na penúltima quarta-feira, o Programa Regional de Ecoturismo do Centro de Portugal, uma iniciativa que visa posicionar esta região como o principal destino de ecoturismo de Portugal Continental.
Em simultâneo, foi apresentado o Guia “Ecoturismo no Centro de Portugal”, com dezenas de propostas, e que foi distribuído gratuitamente na semana passada, com um jornal nacional.
O Programa Regional de Ecoturismo propõe um modelo de turismo sustentável e culturalmente consciente, onde o turista usufrui de um maior contacto com a natureza, contribui para a sua preservação, minimizando os impactos negativos no território, ao mesmo tempo que se envolve com as comunidades locais.
A iniciativa identificou já 2.731 recursos turísticos na região com potencial para a prática de ecoturismo – 1.362 naturais e 1.369 culturais –, discriminados por cada Comunidade Intermunicipal. Ao longo do Guia de Ecoturismo, há informações sobre, por exemplo, os geoparques da Estrela, Arouca, Naturtejo e Oeste, assim como das reservas da biosfera Transfronteiriça do Tejo/Tajo Internacional, das Berlengas, Vale do Côa e Faia Brava, Mata do Bussaco e Parque Natural Local Vouga-Caramulo, entre outros. Há ainda algumas páginas dedicadas a percursos pedestres do Centro de Portugal, ao longo de cerca de três mil quilómetros.
Multiproduto
A vice-presidente da Turismo Centro de Portugal (TCP), Anabela Freitas, explicou que se pretende que a Região Centro seja reconhecida em termos de ecoturismo de Portugal continental (porque os Açores e Madeira “estão à frente”), num trabalho em conjunto com parceiros públicos e privados. “Estamos no caminho certo para isso ser uma realidade”, acrescentou.
Anabela Freitas defendeu também que o objetivo é criar um multiproduto, onde quem procura o turismo de natureza procure um destino sustentável e, simultaneamente, tenha “outras experiências”, ligadas à gastronomia, aos vinhos, ao turismo religioso, ao termal, etc.. Este “mix” permitirá atingir dois objetivos: combater a sazonalidade e aumentar a permanência do turista no território.
Bussaco é um dos principais destinos
Para o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, a Mata Nacional do Bussaco preenche todos aqueles requisitos. “Esta grande sala de visitas em termos turísticos e ambientais – há até quem lhe chame a Joia da Coroa – é perfeita, porque reúne um conjunto diverso de atrações (…). São múltiplas as ofertas neste território e, mais importante que tudo, estão enquadradas na estratégia da Turismo Centro de Portugal”, frisou António Jorge Franco.
Este concelho, continuou, tem respondido a esta estratégia, em cooperação com os municípios vizinhos de Mortágua e Penacova, “com quem estamos a desenvolver a marca Mondego-Bussaco”, não deixando de estar ao lado dos municípios na Bairrada, “por tudo o que este território encerra no posicionamento do nosso ecoturismo”.
“Estarmos na rota do ecoturismo da região, do país e até do estrangeiro, é de uma enorme visibilidade, dando-nos a garantia de atrair pessoas ao território, sendo mais fácil gerar receita para reinvestir neste património que tanto cuidamos e amamos”, concluiu o autarca.
Guilherme Duarte, presidente da Fundação Mata do Bussaco (FMB), seguiu a mesma linha de pensamento, aproveitando para lembrar que o espaço onde se encontravam “é muito mais do que uma Mata, é o resultado de um trabalho de 400 anos, onde se conjuga natureza, fé, trabalho do homem, arquitetura e arte”.
Turismo sustentável é o lema que a Mata Nacional do Bussaco e a própria Fundação têm cultivado, neste que é “um dos principais destinos da Zona Centro do país”, que só no ano passado teve “meio milhão de visitantes, de diversas partes do mundo”.
Um destino que os participantes – jornalistas e restantes convidados – tiveram também a ocasião de conhecer, na visita guiada pela Mata Nacional do Bussaco que se seguiu.