Lino Pintado, José Carlos Coelho, Alexandre Carvalho, Vera Ferreira e Mónica Silva, da Concelhia do Partido Socialista (PS) de Anadia estão preocupados com a redução dos cuidados de saúde no concelho. Por isso, realizaram, na última quinta-feira, dia 26 de julho, uma visita ao Centro de Saúde de Anadia, tendo sido recebidos por Ana Oliveira, diretora do ACES Baixo Vouga I.
Aos jornais, no final da reunião, Lino Pintado, presidente da Concelhia do PS/Anadia e vereador do executivo anadiense, concluiu ficar com a ideia “de estarmos a assistir à lenta e encapotada extinção do Serviço Nacional de Saúde” e que, no caso de Anadia, é evidente a redução de cuidados de saúde: “piores instalações para os utentes; menos meios humanos de profissionais de saúde; redução no horário de atendimento; pior prontidão no atendimento e ainda um significativo aumento das taxas moderadoras”.
O líder da Concelhia Socialista acrescentou também que a visita se deveu “à nossa preocupação com uma eventual redução dos cuidados de saúde no concelho em resultado da transferência da consulta aberta, agora chamada de atendimento complementar, do Hospital de Anadia para esta instalação”.
Preocupação essa ainda mais justificada a partir do momento em que é efetuado um corte no horário de atendimento com o encerramento desta durante o período da manhã. Por isso, avançou que, após as explicações prestadas, constata que o atendimento complementar passou das instalações do Hospital para o Centro de Saúde por razões de organização e por razões de economia, uma vez que no edifício do Centro de Saúde havia instalações disponíveis.
“Poderíamos aceitar os argumentos desde que a qualidade no atendimento aos doentes não fosse prejudicada. Todavia, as instalações, nomeadamente a sala de espera, é pequena para afluência idênticas àquelas que, em certos períodos, havia na extinta consulta aberta”, reconheceu o político.
Quanto à redução no horário da consulta, referiu que “sabemos agora que é um facto consumado que o ACES justifica pela baixa afluência de doentes ao serviço, no período da manhã”, avançando ainda alguns dados obtidos no encontro com Ana Oliveira.
“Segundo o ACES a solicitação deste serviço: CA (consulta aberta)/CC (consulta complementar), teve uma redução generalizada passando de mais de 100 atendimentos diários à cerca de um ano e meio atrás, para menos de 50 atuais. Aponta o ACES como razões para esta diminuição de afluência o facto de, em função de reformas introduzidas pelo anterior governo, ter passado a haver mais oferta de melhor qualidade como, por exemplo, as criação das UCSP (Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados), a linha saúde 24 e outras, o que retira às pessoas a necessidade de recorrerem ao atendimento complementar”.
Contudo, o PS /Anadia teme que este encerramento do atendimento complementar durante a manhã “seja um ensaio para, pouco a pouco, e com a desculpa de que não há afluência, o Governo venha a impor a redução do tempo de prestação deste serviço até à sua completa aniquilação”.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt