Nos dias 21 e 22 de setembro, o Cineteatro de Anadia serviu de palco ao 2.º Festival D’Arte, promovido pela APPACDM de Anadia.
Durante estes dois dias, no Festival D’Arte, que reuniu cerca de 200 artistas nas áreas da Dança, Música e Teatro, assistiu-se a várias atuações que tiveram como protagonistas utentes da Cerciama, APPACDM Anadia, CerciCaper, APPACDM Viana do Castelo, APPACDM Coimbra, GEDRAC/CERCIFAF e CAO CASP. Assim, passaram pelo Cineteatro de Anadia cerca de 600 pessoas, tendo tido, em alguns dos seus tempos, lotação esgotada.
No discurso de boas-vindas, a presidente da APPACDM de Anadia, Madalena Cerveira, agradeceu a presença de todos e reforçou a importância deste evento para a divulgação da atividade artística das pessoas com deficiência, dando conta de que este festival “se consubstancia num encontro nacional de espetáculos de artes, nomeadamente, música, teatro e dança, apresentados por grupos artísticos de instituições congéneres, com o objetivo de divulgar as expressões artísticas de pessoas com deficiência”.
Um evento que pretende, durante dois dias, “promover o contato da comunidade com as capacidades artísticas das pessoas com deficiência, e despertar a comunidade local para a importância da integração social da população com necessidades especiais”.
Madalena Cerveira fez notar aos presentes que a iniciativa “ambiciona envolver a sociedade nesta realidade despertando o seu olhar para as capacidades e competências das pessoas com deficiência”.
Este Festival contou, na sua cerimónia de abertura, com a presença de algumas individualidades, representativas de organismos públicos e privados que se quiseram juntar à APPACDM de Anadia, neste evento tão especial. Foram os casos do presidente do Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro, António dos Santos Sousa; presidente da Câmara Municipal de Anadia, Litério Marques; presidente da Assembleia Municipal de Anadia, Luís Santos; vice-Presidente da DREC, Maria do Céu Castelo Branco.
Verdadeiros atores em palco. Na oportunidade, António Santos Sousa mostrou-se muito grato por estar presente no arranque do festival: “se não tivesse conhecimento das limitações de alguns dos atores em palco, não saberia nunca se tinham ou não limitações”, até porque em cima do palco “deram provas de ser também capazes de produzir arte, coisas bonitas e belas”.
Já Litério Marques não deixou de frisar que “embora a deficiência ainda passe ao lado de muita gente”, este tipo de iniciativas e eventos “chamam a atenção para a problemática”, assim como evidencia que “também estes, apesar das capacidades limitadas, conseguem apresentar arte autêntica”.
À direção da APPACDM de Anadia e de todas as outras instituições presentes deu os parabéns “por acreditarem neste festival e se empenharem para nele trabalhar”, assim como se mostrou disponível para continuar a abraçar as propostas apresentadas pela APPACDM Anadia.
Por seu turno, Maria do Céu Castelo-Branco deu conta de que “este tipo de manifestações artísticas, que promovem a dimensão pessoal e interpessoal, inclusivas e com respeito pela diferença, devem ser valorizadas e acarinhadas”.
A vice-presidente da DREC falou da necessidade de todos, sem exceção, trabalharem no sentido da inclusão e de aceitar a diversidade, por forma a tornar o trabalho de todos muito mais fácil.
Expetativas superadas. A segunda edição do Festival D’Arte superou as expetativas, não só pela elevada qualidade dos espetáculos apresentado, reveladores de um crescente profissionalismo e empenho de todos na promoção e divulgação do trabalho artístico da pessoa com deficiência, mas também pela participação do público, revelador de uma maior sensibilização da comunidade anadiense para esta temática.
Não ficaram insensíveis ao convite os alunos e professores do Agrupamento de Escolas de Anadia, bem como, as crianças e os idosos de diversas instituições do concelho.
Fez parte integrante do programa deste Festival a Exposição Inclusiva de pintura, que reuniu cerca de 30 obras, de diversos artistas com e sem deficiência. Alguns destes quadros irão ser expostos no Museu do Vinho, em Anadia.
O Festival D’Arte permitiu “abrir portas, criar sensações e sensibilizar, quebrando o estereótipo de que a Arte é privilégio de alguns, mudando atitudes e desenvolvendo uma ideia diferente sobre a diferença”.
Catarina Cerca