A última das mais de 60 testemunhas que passaram pelo Tribunal de Anadia, durante dois meses, Marisa Gamelas Rodrigues, residente em Aveiro, amiga e confidente de Ana Joaquina (filha do arguido), há mais de 20 anos, disse que a filha do advogado portuense morto a tiro reagia mal à presença masculina. “Só após a morte do seu pai, passou a ser uma criança normal”. “Com a não presença do pai, ficou uma criança melhor”, afirmou.
Maria Gamelas deu ainda a conhecer ao Tribunal que conhece o arguido há mais de 20 anos e que este mantém uma relação concordata e excelente com toda a gente, sublinhando ter estado algumas vezes com Cláudio Rio Mendes.
A testemunha, arrolada pela defesa, disse ter conhecimento de várias agressões que a sua amiga Ana terá sofrido. “A Ana relatou-me as agressões, mas nunca as presenciei. A Ana sempre foi muito verdadeira, era impensável que ela mentisse”, disse, dando conta que após os episódio de violência, que lhe haviam sido relatados, “a Ana nunca proibiu o pai de ver a filha, mas começou a ter receio”. “A Ana contou-me algumas vezes que tinha receio que o Cláudio andasse armado, pois ele tinha dito que tinha comprado uma arma.”
A testemunha, enquanto confidente de Ana Joaquina, deu ainda a conhecer que Cláudio Rio Mendes tinha acesso livre à residência da Mamarrosa e que o mesmo possuía um comando do portão de entrada.
À semelhança do que já tinha sido dito a outras testemunhas, José Ricardo Gonçalves, advogado dos assistentes (país de Cláudio Rio Mendes), perguntou à testemunha se esta tem a noção que “é crime ofender uma pessoa falecida”? A testemunha respondeu: “Sim. Eu sei.”
Teresa disse:
Será que alguém me pode explicar como é que uma criança que assiste à morte do próprio pai pelas mãos do avô, pode ficar normal?
Desculpem a minha ignorância, mas o que me ensinaram em Psicologia e a minha experiência profissional, apontam precisamente para o contrario…