A direção do Centro de Apoio Social (CAS) da Freguesia de Vila Nova de Monsarros (Anadia) faz um apelo à participação da população da freguesia e amigos da instituição no jantar de angariação de fundos, que terá lugar na instituição, no próximo dia 26 de janeiro, pelas 20h.
Um evento que irá contar com a presença do diretor do Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro.
A braços com graves problemas financeiros, a direção do CAS está esperançada que as gentes da freguesia sejam generosas neste período difícil que a instituição está a atravessar.
Empréstimo bancário agrava situação económica. Com as contas a negativo e com dívidas a fornecedores que ainda vão sendo compreensivos e pacientes, António Duarte, vice-presidente do CAS, revela que a situação, “muito delicada”, se deve ao empréstimo bancário realizado aquando da construção da instituição que custou cerca de um milhão de euros: “neste momento, os encargos bancários mensais rondam os quatro mil euros, com a agravante dos membros da direção terem ficado como avalistas”.
Um enorme problema, numa altura em que o país atravessa uma das maiores crises de que há memória.
No dia em que realizámos este trabalho (sexta-feira) a direção levou mais um balde de água fria: chegava, por mail, de Lisboa, a indicação de que a candidatura que a instituição fizera, há um ano, para ser apoiada financeiramente , fora indeferida.
A obra, que dá resposta às valências de Creche (13 utentes), Centro de Dia (30), Apoio Domiciliário (15) e prolongamento de horário ao 1.º CEB, foi alvo de um empréstimo bancário de 400 mil euros, faltando pagar, neste momento, ainda mais de metade da verba.
Gestão rigorosa. A braços com uma redução de utentes (parte infantil) e com idosos a pagar prestações mensais muito baixas (porque as reformas são irrisórias), no dia a dia, a instituição sente na pele as dificuldades com que se debatem muitos agregados familiares: “temos um dinheirão na rua por receber”, diz, ciente de que as pessoas começam a ter muitas dificuldades em honrar os seus compromissos.
Por isso, seguem uma gestão muito rigorosa, sem desperdícios: “chegamos ao final do mês a contar os trocos”.
Por isso, a Junta de Freguesia deliberou apoiar em 25 euros, cada criança colocada na Creche, o que mesmo assim não tem tido grande recetividade, já que as crianças vão escasseando na instituição.
Embora, neste momento, os salários estejam em dia, o mesmo não acontece com os subsídios dos cerca de 20 funcionários, já em atraso, devido às dificuldades financeiras.
Angariação de fundos é vital para a instituição. “Este jantar de angariação de fundos é para criar uma bolha de oxigénio”, diz António Duarte, sublinhando que “apenas a qualidade do serviço que é prestado a todos os utentes se mantém num elevado padrão”. “Se um dia a qualidade do serviço cair ou diminuir, mais vale fechar a porta”, admite.
Por isso, para manter a qualidade e a satisfação dos utentes, alguns projetos vão sendo adiados sucessivamente, na expetativa de melhores dias.
“O projeto do Lar não avançou, adiámos a compra de uma carrinha adaptada, a renovação do sistema informático e dos equipamentos para o Apoio Domiciliário, por falta de disponibilidade financeira, porque não temos outra alternativa”, diz.
Assim, a maior prioridade para 2013 passa por pagar a dívida ao banco.
Numa freguesia rural e serrana, cada vez mais envelhecida, a instituição constitui a única resposta social na zona: “é uma alegria ver esta casa cheia de idosos, mostra que a obra era necessária”, sublinha destacando ainda que a população começa, pouco a pouco, a aperceber-se da importância da instituição para a comunidade, sobretudo no apoio aos mais idosos.
O apelo vai agora no sentido de conseguir juntar à mesa nesta animada confraternização, mais de 200 pessoas.
O preço, por pessoa, é de 15 euros e o casal paga 25 euros. Na localidade existem várias listas para inscrições, que podem ser feitas até ao próximo dia 25.
Da ementa consta: sopa da pedra, medalhões de pescada com arroz primavera, porco e vaca estufados à padeiro e doces vários.
Catarina Cerca