As empresas ligadas ao setor cerâmico de Oliveira do Bairro são as mais beneficiadas com a possível construção de um aterro de inertes na fronteira de Bustos com a Palhaça. Uma solução que, segundo explicações dadas pelo deputado do PSD, Nuno Barata, na última Assembleia Municipal, não é a ideal e só traz incómodos para as populações pelos constantes constrangimentos.
Recorde-se que, recentemente, o executivo municipal votou por unanimidade um parecer – não vinculativo – solicitado pela Direção Regional de Economia do Centro (DRE), relativamente à alteração do Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística da pedreira de argilas “Barroquinha”, em Bustos. Trata-se de um parecer favorável à deposição de inertes numa das maiores pedreiras de Bustos, resultante da extração de argilas ao longo dos anos. Um parecer que já foi fortemente criticado pelo presidente da Assembleia Municipal, Manuel Nunes, que acusou o executivo de votar de cruz.
Em resposta à notícia publicada pelo JB, onde é dada a conhecer a posição do presidente da Assembleia Municipal, Manuel Nunes, o vereador da oposição, Jorge Mendonça, enviou-lhe uma missiva, esclarecendo os motivos que o levaram a votar de forma favorável.
Na carta, que publicamos, nas páginas 16 e 17, e por solicitação do presidente da Assembleia Municipal, Jorge Mendonça explica que, entre outros motivos, o seu voto, favorável, se fica a dever à ausência de suporte documental e argumenta que o assunto foi “apreciado e discutido de uma forma absolutamente superficial”.
Beneficiados. Nuno Barata esclareceu, na última Assembleia Municipal, que “os custos associados ao transporte deste tipo de materiais são significativos, o que privilegiará o mesmo para locais próximos das zonas empresariais e não uma situação em que convergirá de vários pontos do país para Oliveira do Bairro”. “A existência desta alternativa dentro do nosso concelho significará uma evidente maisvalia para as nossas empresas que trabalham na área, particularmente no que à redução da despesa diz respeito e isso significará o aumento da sua capacidade competitiva e isso significa manutenção de postos de trabalho, algo que é nestes dias um bem escasso e que deve e tem que ser protegido”. No entanto, Nuno Barata reconhece que “a solução proposta pela empresa proprietária da exploração não será a ideal, mas não deixa de ser uma solução”.
Reconhece ainda que “a existência destas explorações causou, ao longo de muitos anos, transtornos e condicionalismos às populações das zonas envolventes, nomeadamente no que ao tráfego de pesados diz respeito”.
“É também claro que a solução agora apresentada implica a manutenção da circulação dos referidos veículos pesados pela zona. Tal situação só traz incómodos para a população, sem que existam compensações diretas para a população pelos constrangimentos.”
Pedro Fontes da Costa
pedro@jb.pt