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Bairrada // Mealhada  

Mata Nacional do Buçaco fica sem apoio público

A Fundação Mata do Buçaco (FMB) vê retirado qualquer apoio público com a publicação da resolução do Conselho de Ministros, publicada na sexta-feira, dia 8 de março, em Diário da República, no seguimento da avaliação feita pelo Governo às fundações do país. As reações não tardaram e o presidente da Câmara da Mealhada, Carlos Cabral, já apelidou a decisão de “crime” e ”vergonha. O presidente do conselho de administração da FMB, António Jorge Franco, também não poupa críticas e fala em deixar o cargo se faltarem condições para desempenhar aquela atividade.

Na terça-feira, dia 12, o presidente da Câmara solicitou uma audiência à Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, ao Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, a todos os grupos parlamentares da Assembleia da República e à Comissão de Agricultura e Mar da Assembleia da República. A decisão foi tomada, por unanimidade, pelos membros do Executivo Municipal.

O autarca lembrou que a criação de uma fundação e a estratégia apresentada para a manutenção e preservação daquele espaço foi “também foi ideia do Governo” e agora “estranhamente, entregou o ‘menino’ à fundação, proibindo a compra de ‘fraldas e comida’”.
As críticas de Carlos Cabral intensificam-se ao ponto de comentar que foi apanhado de “surpresa”. “Nunca pensei que o Governo do meu país fosse tão fraco ao ponto de determinar este absurdo, isto não pode ser de gente inteligente”.

O autarca lembrou que existe outra fundação no concelho (Fundação Luso) que pode ser apoiada pela autarquia e por outros organismos públicos, segundo a mesma resolução do Governo, para demonstrar “o desconhecimento do Governo pelos assuntos locais. Que gente é esta que governa o meu país? Isto é uma burrice absoluta”, concluiu.

Por seu turno, António Jorge Franco avançou ao JB que vai reunir de emergência com os restantes elementos do conselho de administração para analisar a situação, mas equaciona para já “ponderar” sobre a continuidade ou não naquele cargo. “Se o trabalho da Fundação não for além da limpeza da Mata, não vejo que haja necessidade de continuar”, comentou, justificando: “Estou a ficar sem condições para dar o meu melhor”.

Refira-se que a Resolução do Conselho de Ministros de 8 de março vem na sequência da Lei n.º 1/2012, de 3 de janeiro, e da realização do censo e avaliação de fundações determinados por aquela lei, apontando as decisões de extinção, de redução ou cessação de apoios financeiros públicos e de cancelamento do estatuto de utilidade pública.