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Anadia // Bairrada  

Futuro ainda incerto para o Hospital José Luciano de Castro, em Anadia

 

O futuro do Hospital José Luciano de Castro, em Anadia, é incerto.
Tendo em conta que o Ministério da Saúde pretende concluir o processo de devolução às Misericórdias, de todas as 29 unidades hospitalares “nacionalizadas” no pós 25 de Abril de 1974, na última terça-feira, teve lugar, em Coimbra, uma reunião que envolveu um grupo de trabalho (que integrou elementos do Ministério da Saúde e do Grupo Misericórdias Saúde, da União das Misericórdias Portuguesas) e os provedores das Santas Casas de Misericórdia de Anadia (SCMA), Cantanhede e Ovar, as três que na região podem vir a ser chamadas a administrar os hospitais locais.
“Este foi o primeiro encontro”, admitiu Carlos Matos, provedor da SCMA, embora diga desconhecer ainda o teor do protocolo a firmar. “Neste primeiro contacto não se falou de protocolo, nem sei se o vou assinar”.
Carlos Matos acrescenta que vai ter de analisar todas as variáveis e condições, juntamente com o Grupo Misericórdia Saúde, embora reconheça que “se o Estado não nos der o que pretendemos para que possamos fazer uma exploração rentável do Hospital, não o aceitaremos de volta”, podendo mesmo vir a encerrar.
Uma possibilidade remota, mas não impossível, já que o Provedor diz que a Misericórdia tem como prioridade os serviços que presta na comunidade, à infância e à terceira idade: “não posso pôr em causa ou comprometer a assistência que presto”. Isto porque, como lhe foi explicado, o Hospital de Anadia custa 5 milhões, por ano, ao Estado: “A Misericórdia tem um orçamento de pouco mais de dois milhões, seria triplicar um orçamento que não estamos habituados a gerir”, sublinhou.
Ciente de que o processo demorará vários meses até estar concluído, avança que em maio o grupo de trabalho fará uma visita ao hospital, para conhecer instalações e valências.
“Não é nossa vontade explorá-lo diretamente”, mas não descarta a hipótese de, no futuro, o hospital vir a ser gerido por um grupo de Misericórdias que faça a gestão de vários hospitais.
JB sabe que o Conselho de Administração do Hospital de Anadia não foi ouvido e que Maria João Passão, presidente do Conselho de Administração, também não esteve presente nesta reunião.
Catarina Cerca