Câmara demoliu parte do futuro Museu de Olaria da Bairrada

O futuro Museu de Olaria e Grés da Bairrada está irremediavelmente comprometido, depois do presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Mário João Oliveira, ter dado ordens para demolir parte da fachada da antiga Cerâmica Rocha. A demolição aconteceu na penúltima quinta-feira, ao final da tarde, e já era esperada devido ao avançado estado de degradação que o Jornal da Bairrada noticiou em março.
Os projetos do futuro Museu de Olaria e Grés da Bairrada foram aprovados pelo executivo de Acílio Gala (CDS/PP), mas foram abandonados em 2005 pelo PSD, após ter reconquistado a Câmara que tinha perdido 16 anos antes.
Neste espaço temporal (desde 2005 até hoje), os constantes furtos de madeira e de ferro acabaram por originar uma série de derrocadas nas infraestruturas, provocando danos nos fornos, que foram considerados exemplares de arquitetura industrial, de interesse cultural e patrimonial reconhecido. Nas últimas semanas, a fachada da Cerâmica cedeu, o que obrigou a autarquia a avançar com a demolição.
Recorde-se que o projeto do futuro Museu de Olaria e Grés foi abandonado pelo executivo de Mário João Oliveira, em 2005 – no ano em que foi apresentado publicamente o projeto do que seria o Museu – que, entretanto, decidiu apostar na construção de raiz de uma Casa da Cultura, nas proximidades dos Paços do Concelho. Embora criticado pelo CDS/PP, uma vez que os projetos estavam aprovados, Mário João Oliveira abandonou o projeto, tendo deixado, ao longo do tempo, uma verba cabimentada para a construção do Centro de Documentação da Cerâmica Rocha, que passaria por recuperar os escritórios da Cerâmica.
Em março, Mário João Oliveira não se quis pronunciar sobre o estado de degradação que a infraestrutura tinha atingido. Já na quinta-feira, durante a reunião de Câmara, privada, o autarca foi interpelado pela vereadora do CDS/PP sobre a segurança de quem circula naquele arruamento, ao que Mário João Oliveira respondeu que tinha iniciado o procedimento para “demolição de parte do edificado e reforço da restante estrutura de segurança”.
Pedro Fontes da Costa
pedro@jb.pt