A edição deste ano da Feira da Vinha e do Vinho de Anadia apresenta um saldo contabilístico negativo. Pela primeira vez em 10 edições o executivo, de uma forma “transparente e rigorosa”, apresentou as contas da Feira da Vinha e do Vinho, na última reunião de Câmara.
“Quisemos de uma forma clara dizer quais foram as receitas e as despesas”, avançou a autarca Teresa Cardoso, rejeitando falar em prejuízo, mas antes num “défice entre as receitas e as despesas”, uma vez que as contas revelam que as despesas (237.355 euros) foram muito superiores às receitas (126.600 euros) o que se traduziu num saldo negativo de 110.755 euros.
Números que não colocam, de forma alguma, em causa a viabilidade do certame, já que Teresa Cardoso considera terem sido plenamente alcançados os objetivos, quer ao nível da promoção, quer da divulgação do concelho e das suas mais valias. Embora seja o evento promovido pela autarquia que um maior orçamento envolve, Teresa Cardoso prefere falar num “ investimento que teve um saldo muito positivo” e que a par de outras realizações – Feira Social, Feira da Saúde, Feira Quinhentista – não tem em vista o lucro, mas sim mostrar o que o concelho tem de melhor para oferecer a quem cá reside ou está de visita.
Ainda que o modelo da feira possa, no futuro, vir a sofrer alguns ajustes, a edil admite que na edição de 2014 foi dado um “grande salto qualitativo”, já que o programa conjugou ações paralelas e vertentes de diversa índole, mas fortemente focalizadas na promoção do setor da vinha e do vinho e de tudo o que com ele se relaciona.
Por outro lado, o cartaz de animação foi também este ano ambicioso [Expensive Soul, Deolinda, Quim Barreiros, Amor Electro, Os Azeitonas, Pedro Abrunhosa e Ana Moura foram os cabeças de cartaz] e transversal, capaz de atrair diversos públicos.
“O salto qualitativo foi muito grande e os números valem o que valem”, disse, considerando ser necessário ter em atenção que o certame teve bilhetes a um preço simbólico; dois dias com entrada gratuitas; que todas as associações e grupos que atuaram no palco 2 não pagavam ingressos; que as crianças até aos 12 anos entravam gratuitamente e que o retorno e a visibilidade alcançada pelo certame foi muito grande.
Apesar das condições climatéricas não terem sido também as mais favoráveis, diz que os nove dias de feira corresponderam a outros tantos dias e noites de grande festa e de muito convívio, realçando ainda, que, apesar da dificuldade em atrair, por exemplo novos expositores, este ano o certame conseguiu ter um maior número de expositores presentes.
“Os comentários e apreciações foram extremamente positivos e permitem encarar com confiança e otimismo, mas também com grande sentido de responsabilidade, a próxima edição da Feira da Vinha e do Vinho”, avançou ainda, concluindo que “tudo o que se possa fazer pelos munícipes, no âmbito social, cultura e desportivo e a quem nos visita, é sempre um benefício e faz parte das competências da Câmara Municipal”.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt