O Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, recebe, de 13 a 17 de agosto, mais uma edição do Festival
do Bacalhau.
Em entrevista, o vereador da autarquia ilhavense, Paulo Costa, revela as muitas novidades da presente edição que apelida de “estimulante desafio”, assim como dá a conhecer a vasta e aliciante programação transversal a vários públicos.
Garantir a longevidade e sustentabilidade, aumentando a notoriedade e a conquista de novos públicos, são alguns dos objetivos desta edição.
O Festival do Bacalhau decorre, este ano, de 13 a 17 de agosto, no Jardim Oudinot. Quais são as expetativas da organização em relação à presente edição?
As expetativas são muito elevadas, atendendo não só ao enorme sucesso que o Festival tem tido desde a sua primeira edição, o que torna cada nova edição um grande e muito estimulante desafio, mas também ao facto de este ano apresentar alterações muito significativas, visíveis ao público, sobretudo ao nível da organização do espaço e do programa.
Podemos afirmar que o Festival do Bacalhau entra, este ano, numa nova fase da sua vida, procurando, não obstante o sucesso que tem tido, alcançar novos e importantes objetivos, que lhe irão seguramente permitir obter ainda mais sucesso, longevidade e sustentabilidade. Assim, mantendo a sua estrutura base e sem aumentar o seu custo para a Câmara Municipal, o Festival pretende reforçar a sua dimensão cultural, aumentar a sua notoriedade nacional mas também ibérica, conquistar novos públicos e aumentar o seu impacto positivo na economia local.
Qual o número de visitantes que gostariam de atingir?
Os números do ano passado apontam para cerca de 200 mil visitantes. Não estamos demasiado focados nestes números, mas naturalmente que, em termos de público, pretendemos que o Festival mantenha a sua notável capacidade de atração, mas ao mesmo tempo garantindo que quem o visita, o faz com a necessária tranquilidade, segurança e qualidade. Iremos, este ano, pela primeira vez, realizar um estudo de públicos que nos irá permitir conhecer quem nos visita, de onde vem, como teve conhecimento do evento, qual a sua opinião sobre o mesmo, etc., o que constituirá uma excelente ferramenta para edições futuras.
O que motiva a Câmara Municipal, em conjunto com a Confraria Gastronómica do Bacalhau, a apostar neste evento?
O Festival do Bacalhau tal como o conhecemos surgiu em 2008, substituindo as Tasquinhas do Bacalhau, que se realizavam há alguns anos, mas cujo modelo não lhes permitia crescer, quer em dimensão, quer em notoriedade e diferenciação. A criação desta iniciativa teve como principais objetivos a divulgação daquele que é o principal valor histórico e cultural do município de Ílhavo, o bacalhau, contribuindo assim para a sua promoção, sobretudo como destino turístico de elevado interesse, assim como contribuir para a dinamização da economia local, seja ao nível do setor turístico e do comércio de uma forma geral, mas também para a sustentabilidade económica das muitas Associações parceiras deste evento, que têm nele uma fundamental fonte de receita para a sua atividade regular.
No seu entendimento, que fatores contribuíram para a fama alcançada por esta iniciativa em apenas seis anos?
Considero que o segredo do sucesso desta iniciativa se deve, sobretudo à qualidade global que o Festival apresenta desde o seu início, fruto do trabalho quer da organização, quer da grande rede de parceiros, inexcedíveis na sua dedicação, na sua motivação e na sua exigência, ao facto de estarmos a falar de bacalhau, o prato nacional por excelência, à beleza do Jardim Oudinot, que lhe dá o enquadramento perfeito, marcado pela presença da Ria de Aveiro e do Navio Museu Santo André, e por se realizar no município de Ílhavo, mais precisamente na Gafanha da Nazaré, coração de toda a epopeia do bacalhau no nosso país, a que habitualmente chamamos Faina Maior. Nenhum outro Festival do Bacalhau em Portugal, e mesmo no mundo, conseguirá juntar todos estes ingredientes.
O Festival está integrado nas Festas do Município “Mar Agosto”. Qual o balanço desta ação?
O Mar Agosto reúne um conjunto de iniciativas que decorrem durante o mês de agosto, mês de férias por excelência, e durante o qual somos visitados diariamente por milhares de pessoas, que procuram sobretudo as praias da Barra e da Costa Nova.
Podemos, no fundo, dizer que agrupa as iniciativas com maior potencial turístico, de forma a melhor as divulgar junto desses milhares de pessoas e assim contribuir para o aumento da atratividade do município de Ílhavo, no qual o turismo assume uma relevante importância para a sua economia. Da edição deste ano destaco o Ria A Gosto – 8.º Festival de Marisco, que decorreu com grande sucesso na Costa Nova, de 31 de julho a 3 de agosto, o 77.º aniversário do Museu Marítimo de Ílhavo, de 8 e 9 de agosto, o Festival do Bacalhau de 13 a 17 de agosto e o Ílhavo Miss Sumol Cup 2014, Campeonato Europeu de Bodyboard Feminino e Campeonato Nacional de Surf Feminino, que irá decorrer na Costa Nova de 29 de agosto a 2 de setembro, e que fecha a edição deste ano do Mar Agosto – Festas do Município de Ílhavo. Para o ano voltaremos com mais novidades.
Atualmente qual a importância da indústria do bacalhau para o setor económico do município?
A indústria do bacalhau assume, ainda hoje, uma relevância muito grande na economia local, empregando centenas de pessoas, não obstante, como todos sabemos, o número de navios bacalhoeiros ter decrescido muito comparativamente como há por exemplo duas décadas atrás. Para além disso, Ílhavo tem esta característica única de possuir relevante atividade de pesca lagunar, costeira e longínqua, o que significa que o mar constitui de facto o ganha pão de muitas e muitas famílias.
O Festival do Bacalhau é uma marca já consolidada ou ainda há muito para fazer?
As duas afirmações são verdadeiras. Se por um lado é já hoje uma marca forte e consolidada, a nossa ambição é torna-la ainda mais forte e conhecida sobretudo além fronteiras, de forma a contribuir para uma maior notoriedade do Município de Ílhavo e da região, com todas as vantagens que daí advêm.
Quantas toneladas de bacalhau e seus derivados prevê que sejam servidos?
Segundo os números de 2013, nessa edição do Festival foram consumidas cerca de 12 toneladas de bacalhau e derivados e servidas 28.500 refeições. O nosso objetivo, assim como das Associações parceiras, será ter estes números como horizonte, e, naturalmente, ultrapassa-los.
O programa de 2014 integra tasquinhas, concursos, provas e showcooking. Pode falar-nos de cada uma dessas iniciativas?
É impossível escrever em tão poucas linhas tudo aquilo que constitui o programa do Festival do Bacalhau 2014. Aconselho, por isso, a consulta do programa completo que se encontra no site da Câmara Municipal de Ílhavo na Internet. Ainda assim, poderei adiantar que, naquilo que mais diretamente diz respeito à gastronomia, iremos ter como habitualmente dez espaços de restauração geridos por dez associações, cujo bacalhau será fornecido desta vez por dez empresas de bacalhau do município de Ílhavo, o que constitui uma das grandes novidades deste ano e, na minha opinião, uma das mais relevantes, pois passa a existir um envolvimento muito maior do sector no festival, seguramente com efeitos positivos ao nível da qualidade final das refeições servidas.
Existirão ainda dois espaços onde se irá servir o delicioso pão de Vale de Ílhavo, e dois bares igualmente geridos por Associações, instalados junto a um novo palco, para além de um bar gerido pela Rota da Bairrada, um dos novos parceiros do evento, onde se encontrarão alguns dos melhores vinhos e espumantes da Região da Bairrada. No Pavilhão Terra e Mar irão acontecer de forma constante um conjunto de iniciativas, das quais se destacam degustações, provas de vinhos, apresentações, conversas e showcooking por vários chefs.
Quais as novidades para esta edição?
A edição deste ano apresenta profundas alterações quer na organização do espaço, quer no programa.
No que diz respeito ao espaço, a nova ocupação irá essencialmente tirar melhor partido de todo o potencial do Jardim Oudinot. O programa passa a contemplar mais de uma centena de atividades, que irão acontecer ao longo de todo o dia, destinadas a todos os públicos. Iremos ter concertos nos dois palcos e no porão do Navio Museu Santo André, dos quais destaco Mickael Carreira, Gisela João, Rita Guerra, Herman José e Os Aurora, para além de outros nomes, atividades desportivas (aulas de Fitness, mini maratona, pedalada solidária, corrida mais louca da ria , etc.), atividades para crianças e jovens no Cais das Brincadeiras (Festa do Livro, Hora do Conto, Ateliês, Teatro de Marionetas), visitas encenadas ao Navio Museu Santo André, exposições, animação de rua, piqueniques, etc., etc.
Quais os horários da edição de 2014? As entradas têm sido gratuitas. Mantém-se desta forma?
As iniciativas irão decorrer ao longo de todo o dia nos vários pontos do recinto, começando normalmente cerca das 10h, com exceção naturalmente de quarta-feira, dia da abertura do Festival, que irá acontecer às 17h30.
As refeições irão ser servidas entre as 12h e as 15h e entre as 19h e as 23h.
A entrada no Jardim Oudinot é gratuita.