O Plenário do Conselho Local de Ação Social de Anadia, que teve lugar no Museu do Vinho Bairrada, no passado dia 5 de março, possibilitou a todos os parceiros ter contacto com alguns projetos que estão a ser desenvolvidos no concelho, assim como fazer uma breve retrospetiva dos trabalhos realizados pela Rede Social de Anadia.
Hospital de Anadia com gestão privada ganha nova vida. Maria João Passão, administradora executiva do Hospital José Luciano de Castro da Santa Casa da Misericórdia de Anadia, apresentou o novo modelo em que funciona esta unidade hospitalar. Explicou as novas cores do logotipo (roxo, cor do município; amarelo, cor da saúde e da Misericórdia e o verde, cor do hospital) que são a nova imagem desta unidade hospitalar, que tem por lema “união e solidariedade”.
O hospital de Anadia passou de uma gestão pública para social, a cargo da Misericórdia de Anadia, em janeiro deste ano, e já conseguiu aumentar o número de consultas externas (nas mais variadas especialidades) e de cirurgias, mantendo em funcionamento a consulta aberta. Com 120 profissionais, criou inclusive 30 novos postos de trabalho.
A referenciação dos utentes é feita via médico de família (cirurgia do ambulatório, consulta externa; meios complementares de diagnóstico e fisioterapia), ou pelo privado, estando em curso negociações para acordos com seguros e convenções com subsistemas de saúde. Este é, na região, o Hospital de referência para o SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia) e diminuição das listas de espera, tendo Maria João Passão explicado que o serviço de fisioterapia vai ser ampliado, assim como está em curso a remodelação do bloco operatório, que deverá estar concluído em breve para realizar vários tipos de cirurgia (ambulatório e convensional).
Um hospital que, como avançou aos parceiros, “em dois meses ganhou uma nova vida”.
Formação Profissional da APPACDM é um caso de sucesso. Caberia a Maria João Santos, psicóloga da APPACDM Anadia, a apresentação dos cursos de formação profissional existentes na instituição e que se inserem na área da reabilitação profissional, funcional e académica e que decorrem de uma preocupação nacional e europeia de promoção de competências, de autonomia e responsabilidade, nos jovens.
Os cursos ministrados enquadram-se no âmbito da educação e formação de jovens conferentes de dupla certificação (nível 2 de qualificação do QNQ e 3.º ciclo do ensino básico). O objetivo central destes cursos é a “promoção da qualificação e integração socioprofissional de grupos com particulares dificuldades de inserção”, diria.
Estes cursos destinam-se a jovens com limitações significativas ao nível da atividade e da participação num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de caráter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social.
Têm uma duração de 3600 horas, que contemplam uma componente de formação de base, uma componente de formação tecnológica e uma componente da formação para a integração que visa o desenvolvimento de competências básicas nos domínios pessoal, comportamental e organizacional.
Atualmente funcionam quatro cursos: Operador/a de Acabamentos de Madeira e Mobiliário; Operador/a Agrícola; Empregado/a de Andares; e Empregado/a de Mesa e Bar.
No ano de 2014 a APPACDM teve 51 formandos inscritos, de ambos os sexos: 10 concluíram o curso (9 com sucesso e 1 com insucesso); 11 desistiram e 30 transitaram para o ano de 2015. A taxa de desistências foi de 21,6% e a taxa de aproveitamento de 90% com um grau de empregabilidade de 88,9%.
Na ocasião, a edil anadiense Teresa Cardoso sublinhou a riqueza de cada um dos projetos apresentados, não deixando de destacar que hoje legisla-se muito, sendo importante perceber o propósito da Administração Central e qual a responsabilidade que se exige aos municípios na área da responsabilidade social.
Catarina Cerca