Os problemas no abastecimento de água da rede às aldeias da zona serrana do concelho de Anadia, voltaram a estar em cima da mesa, na última reunião do executivo.
José Manuel Ribeiro, vereador do PSD, questionou a edil Teresa Cardoso sobre este problema que, todos os anos, com a chegada do tempo quente e seco, afeta várias povoações, dando como exemplos os casos de Canelas e Ferreirinhos, onde “há dias em que não corre um fio de água da rede”.
Na ocasião, a autarca Teresa Cardoso admitiu que este problema, “com vários anos”, tem vindo a ser alvo de atenção por parte dos últimos executivos. Por isso, foi feito um trabalho no sentido de construir uma captação de água para reforçar a mesma e o fornecimento à povoação de Ferrerinhos, que está garantida por captação e reservatório próprios. Nos casos de Canelas, Avelãs de Cima e Pereiro, explicou existirem alguns constrangimentos em termos de pressão na rede, que se agrava em dias de maior consumo. Uma situação que deverá ficar ultrapassada nos próximos dias, depois da realização de um estudo feito à rede para instalar um sistema que aumente a pressão na rede. “Esperamos que resulte e que triplique a pressão e inverta a situação nalgumas zonas. Dentro de poucos dias vamos conseguir resolver este problema na rede”, no entanto admitiu a eventual necessidade de vir a ser construido um outro reservatório de apoio.
Fugas de água. Aproveitando o tema, o vereador do MIAP, Litério Marques, não deixou passar a problemática das ruturas e fugas de água. Um problema que se verificava também durante os mandatos em que esteve na presidência desta Câmara Municipal e iam, segundo explicou, sendo minimizados, em momentos em que as ruturas eram muito significativas em termos de perda de água. “Já nessa altura havia dificuldades em identificar todos os locais, mas agora as situações agravaram-se enormemente”, avançou, dando como exemplo um caso concreto que acompanhou no Outeiro. “Ando na rua e ouço as queixas das pessoas. Um dos casos aconteceu no Outeiro, onde uma rutura esteve três meses a inundar um quintal. Dei com a dona da casa a chorar porque perdeu tudo o que tinha plantado e semeado no quintal.”
Litério Marques apontou o dedo aos técnicos da autarquia que, na altura, não terão feito nada. “Fui lá pessoalmente e a situação ficou resolvida no dia a seguir”, destacando os milhões de litros de água que se terão perdido durante meses naquela fuga.
“Não era uma fugazita. Perderam-se milhares de quilolitros de água durante meses e isso é inadmissível”, disse o ex-edil, que criticou ainda a fiscalização camarária: “sei que, neste caso, o próprio chefe de divisão foi alertado e o encarregado esteve no local. Nada foi feito. É lamentável”.
Duras críticas aos serviços da autarquia que, na sua perspetiva, funcionam mal e sem controle. E deixou um alerta: “não deixe estes indivíduos fazer estas coisas. As queixas ficam por aí perdidas nos meandros da Câmara Municipal. A senhora tem que pôr esta gente no sítio”.
Fugas sempre existiram. Teresa Cardoso explicou que as fugas são imprevisíveis, difíceis de prever e contabilizar. Um problema que sempre existiu mas que tem sido alvo de atenção redobrada. “Temos duas equipas da Câmara a fazer intervenções nestes casos e fizemos uma empreitada, por ajuste direto, para situações de emergência.”
Catarina Cerca