O Cineteatro de Anadia foi palco, no passado dia 27 de novembro, de um seminário e mesa-redonda comemorativos dos 125 anos da produção de espumante na Bairrada.
A sustentabilidade da viticultura na Bairrada e a diferenciação dos vinhos espumantes Bairrada foram dois os grandes temas em debate. Na mesa-redonda “Fileira do Vinho-Espumante, da Uva à Garrafa”, estiveram presentes, entre outros especialistas como Jaume Gramona, professor da Universidade de Rovira y Virgili.
Com organização a cargo da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, em parceria com a Comissão Vitivinícola da Bairrada, Município de Anadia, Rota da Bairrada, Confraria dos Enófilos da Bairrada, Escola de Viticultura e Enologia da Bairrada e Turismo Centro de Portugal, o evento reuniu muitos especialistas e agentes ligados à fileira do vinho.
Tradição e inovação. Na sessão de abertura, a vontade de ter em Anadia um Centro de Investigação de Espumantes ficou bem patente nas intervenções de Jorge Sampaio, vice-presidente da autarquia de Anadia e de José Pedro Soares, presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB).
Jorge Sampaio, que é também presidente da Associação Rota da Bairrada, recordou o património riquíssimo da região que, hoje, possibilitou a existência de uma região forte e dinâmica que concilia a tradição, a inovação e a modernidade. Jorge Sampaio destacou ainda como a Bairrada, no presente, se reinventa e avança, dando como exemplo a vontade que o município tem de dar corpo ao projeto (já apresentado à tutela) que visa a criação de um Centro de Investigação Nacional de Espumantes nas instalações da Estação Vitivinícola da Bairrada (EVB). Um projeto que, como referiu, “vamos defender com toda a nossa força, porque pode ser o grande projeto de alavancagem da região”.
Alinhando pelo mesmo diapasão, José Pedro Soares, presidente da CVB, sublinhou como este tipo de eventos “serve de mote a uma reflexão sobre o contexto da produção de espumantes na Bairrada”.
Para José Pedro Soares “uma região onde é produzido mais de 50% do espumante nacional e onde, se ensaiam e utilizam castas e métodos diferenciados para essa produção, deve reclamar para si um centro de conhecimento, onde todas as instituições e organizações interessadas no futuro do Espumante na Bairrada e no país, em articulação com os agentes económicos privados, possam encontrar respostas para as suas decisões de produção”.
Catarina Cerca
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