Dois novos títulos, de autores vaguenses, foram lançados no decorrer da I Bienal do Artista Vaguense. Com honras de [primeira] apresentação na Biblioteca Municipal, a escritora Maria Alice Sarabando trouxe, ao pequeno auditório, Pakhlavan Makhumud, herói generoso, com ilustração de Sara Bandarra.
Já o Centro de Educação e Recreio (CER) acolheu Basílio Oliveira, que “abriu o livro” da “enciclopédia” dos escritores vaguenses, a que titulou Vagos D’Escrita, roteiro bibliográfico do concelho. A obra, que o presidente da câmara, Silvério Regalado, agradeceu, reconhecendo o mérito daqueles que “ousaram perpetuar, através da palavra e da escrita, a história e as tradições do concelho”, foi apresentada por Óscar Gaspar.
Na sua reflexão, o ex-secretário de Estado da Saúde do XVIII governo constitucional, admitiu que a obra de Basílio Oliveira é trabalho de recolha, reconhecimento e criação. Na opinião de Gaspar, cada um dos autores, e o seu conjunto, “prestam um serviço a Vagos e à cultura […], património de todos e um legado que se vai acumulando”.
Destacando afirmações de Vargas Llosa e Saramago, prémios nobel da literatura, a propósito do “poder da escrita e a superação”, o orador concedeu, por outro lado, que os homens das letras de Vagos, com exceção de João Grave, não pertencem ao “Olimpo das letras”. Porém, sublinhou, Vagos tem “muitos escritores, grandes escritores”, o que não deixa de ser “um orgulho enorme que eles partilhem connosco esta terra e deixem o seu legado em papel”.
Tendo Vagos como “elemento aglutinador”, Vagos D’Escrita é, afinal, como revelou Óscar Gaspar, um livro “com mar, e vacas e floresta e rias e emigração e luta de sobrevivência, com arte xávega e cultura gandaresa”. E, também, “com amores e conquistas, paixões e fé, crenças, ciência e doutrina e uma pitada de política”.
Eduardo Jaques
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