Henrique Fidalgo venceu, no último sábado, as eleições para a Concelhia de Anadia do PSD, derrotando Jorge São José, que encabeçava a lista adversária.
Este que terá sido um dos mais concorridos atos eleitorais dos últimos anos, levou às urnas 607 militantes de um universo de 822 inscritos e em condições para exercer o voto.
Com as urnas abertas das 14 às 20h, os militantes optaram por reconduzir Henrique Fidalgo no cargo de presidente da Concelhia. Foram 322 os militantes que votaram na lista B que liderava, “Anadia com Futuro”. Mas o seu adversário, Jorge São José, que encabeçava a lista A “Unir Anadia”, obteve 267 votos, ou seja, apenas 55 votos separaram o vencedor do vencido.
Esta foi também uma das mais disputadas eleições dos últimos anos, com ambas as candidaturas a terem grande presença nas redes sociais, nomeadamente no facebook, onde foram surgindo algumas críticas sobretudo pela deslocalização da eleição da sede da Concelhia, em Anadia, para a Casa do Povo de Vilarinho do Bairro e pela presença, no dia das eleições, de uma tarja com propaganda eleitoral, pendurada numa das paredes exteriores da Casa do Povo a apelar ao voto na lista B.
A este respeito, Henrique Fidalgo avança que “o PSD é do concelho e não apenas de Anadia” e que o ato eleitoral foi deslocalizado para a Casa do Povo porque tinha condições para acolher umas eleições que se adivinhavam bastante participadas.
“A sede do PSD, como se sabe, não reúne condições, nomeadamente espaço, para albergar um ato eleitoral com grande afluência. A decisão desta mudança foi consensual entre a Mesa e a Comissão Política, à semelhança de outras eleições deste partido que já decorreram na Curia ou até mesmo em Vilarinho do Bairro, noutras ocasiões”, explicou, acrescentando que “às 20h, hora de encerramento da votação, estavam cerca de 100 pessoas na fila, que dadas as condições logísticas, puderam exercer o seu direito de voto”.
Relativamente à propaganda eleitoral, Henrique Fidalgo defende-se dizendo que “os estatutos do partido são claros relativamente ao facto de poder ser feita campanha no próprio dia. O único impedimento que existe é dentro do local da votação”. No entanto, sublinha a denúncia realizada à GNR, por elementos da Lista A, que esteve no local e terá percebido que “não existia nenhuma ilegalidade, daí a faixa ter continuado no local”, explica.
Vitória com múltiplas leituras. A JB fala ainda da enorme satisfação pelo resultado, fazendo um agradecimento a todas as pessoas que deram força, rosto e caráter ao projeto “Anadia com Futuro” e conclui que o PSD Anadia sai claramente reforçado destas eleições.
“Espero que a partir de hoje não existam Listas no PSD Anadia, mas sim uma força comum para conseguirmos ganhar os desafios políticos que se avizinham.” Contudo, admite que esta vitória tem múltiplas leituras políticas, “tendo em conta os acontecimentos passados, e as pessoas que foram rosto dos projetos, ou que se esconderam e trabalharam na sombra.” Diz não ser “uma vitória contra ninguém”, mas ao mesmo tempo deixou claro, que a família social-democrata de Anadia “sabe bem distinguir entre quem anda na política para servir o partido ou servir-se dele”.
“Comportamentos eticamente duvidosos”. Por seu turno, Jorge São José, que encabeçou a lista A, derrotada neste ato eleitoral, diz que a vitória lhe fugiu por “uma estreita margem (44% contra 53%) de votos”.
Sobre as eleições propriamente ditas, regista “a forma positiva, o civismo e a paciência de todos os militantes”, todavia, lamenta que “num partido que faz da ética política a sua bandeira, se tenha permitido que as eleições em Anadia ficassem manchadas por comportamentos eticamente duvidosos, que se pensava só existirem em países do terceiro mundo”. O candidato refere-se em concreto à marcação das eleições em Vilarinho do Bairro, pelo Presidente da Mesa da Secção de Anadia e pelo Presidente da Mesa da Assembleia Distrital de Aveiro, sabendo os dois, que tal obrigaria muitos militantes a percorrerem mais de 50 quilómetros para poderem votar”, mas também pelo presidente da Mesa da Secção de Anadia “apenas permitir o funcionamento de uma Mesa Eleitoral, o que fez com que os militantes (muitos deles, idosos) tivessem de aguardar, em média, mais de uma hora para exercerem o direito de voto e alguns mesmo a irem-se embora por não terem condições físicas para esperar em pé ou devido a compromissos inadiáveis.”
Comissão Política: Presidente: Henrique Fidalgo; Vice-Presidente: Artur Salvador; Vice-presidente: Lídia Ribeiro; Secretária: Anabela Melo; Tesoureiro: Victor Tavares; Vogais: Graciete Crasto, Henrique Rodrigues, Hernâni Moreira, José Luís Maia, Lídia Oliveira, Paulo Nogueira, Rui Santiago, Sérgio Aidos, Victor Pires, Licínio Simões, Maria Manuela Lopes, Joana Catarina Ribeiro.
Mesa de Assembleia: Presidente: Lígia Seabra; Vice-Presidente: José Gonçalves; Secretário: Paulo Costa e Secretária: Margarete Varandas.
Catarina Cerca