Promover a socialização, prevenir episódios de conflito e violência nos recreios, descobrir os interesses e gostos individuais, promover a autonomia no desenvolvimento das atividades físicas, desenvolver hábitos de atividade física e a destreza motora e os reflexos são algumas das premissas que estiveram na origem do projeto “A brincar também se aprende”, apresentado à comunidade educativa do concelho de Anadia, na tarde da última sexta-feira.
Um projeto “simples mas ambicioso”, desenvolvido e coordenado pela área da Educação do Município de Anadia e que deverá começar a ser implementado, já nas próximas semanas, em todas as escolas do 1.º CEB do concelho.
No auditório do Museu do Vinho foi apresentado um pequeno livro, muito colorido, com jogos de agora e do antigamente.
Jogos e brincadeiras. São 26 no total, os jogos que a autarquia desafia alunos e professores a jogar, nos recreios das escolas.
Aos presentes foi dado a conhecer que a ideia de construir este projeto surge na sequência da constatação de um conjunto de problemas, vivenciados nos tempos de recreio dos alunos, nomeadamente, a nível dos novos Centros Escolares, onde se verifica uma maior concentração de crianças. Assim, o projeto vem ao encontro das necessidades das escolas e dos centros escolares, numa tentativa de, ao promover a dinamização sistemática de diferentes jogos e brincadeiras, prevenir situações potencialmente problemáticas e de fomentar um clima de convívio saudável e harmonioso entre as crianças.
De resto, existem atualmente no concelho 762 alunos a frequentar o 1.º CEB na rede pública, acrescidos de 212 alunos que frequentam o 1.ºCEB no Colégio Nossa Senhora da Assunção. Por outro lado, a autarquia quer combater a falta de atividade física, verificada na vida de muitas das crianças do concelho.
O manual integra jogos e brincadeiras (não só tradicionais), destinados a possibilitar que cada momento de tempo livre e de recreio na escola possa ser desfrutado pelas crianças de forma mais adequada e entusiástica. Para tal cabe envolver educadores, professores, pessoal auxiliar, enfim, toda a comunidade escolar neste projeto que a autarquia anadiense quer implementar a partir de agora, uma vez que é ponto assente que estes espaços e tempos não letivos são importantes para o desenvolvimento das crianças (a aprendizagem que não se limita apenas ao contexto da sala de aula), motivo pelo qual se torna pertinente trabalhar com vista a melhorar a ocupação dos seus tempos de recreio.
O projeto prevê ainda nesta sua fase inicial, a entrega em todas as escolas de kits com o material necessário para desenvolver os jogos, assim como a sua regular monitorização, de forma a aferir a eficácia da sua operacionalização. Os alunos vão ser ainda desafiados a serem “capitão de jogo”, ou seja, a cada jogo estará associado um “capitão”, isto é, um líder que deve estar incumbido de explicar o jogo aos colegas, dinamizando-o, desenvolvendo capacidades como o espírito de liderança e aumentando, ainda, a sua autoestima.
Importância do recreio. Durante a tarde foi explicado como o recreio faz também parte da educação escolar, ainda que muitas vezes não seja entendido como tal, devendo ser encarado como peça fundamental no crescimento e no desenvolvimento das crianças.
Presente nesta apresentação, o Professor Doutor João Amado falou da importância do brincar e da riqueza deste projeto que “deve servir de exemplo a outros municípios e escolas”.
Na ocasião, a edil Teresa Cardoso avançou ser esta apenas mais uma das iniciativas que a autarquia promove para os seus alunos, desta feita para os mais pequenos. Mostrou-se ainda agradada pelo projeto, mesmo antes de arrancar (na prática), já que possibilitou uma ampla reflexão à volta dos protagonistas principais deste projeto que são as crianças.
O evento contou ainda com a presença de Jorge Humberto Pereira, diretor do Agrupamento de Anadia, irmã Idalina Faneca, diretora pedagógica do Colégio de Famalicão, Pe. Aníbal Afonso, Dário Tavares e Sónia Monteiro, responsáveis pelo Colégio de Mogofores.
Catarina Cerca