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Bairrada // Mealhada  

Nova assembleia para decidir futuro do Cine-Teatro da Pampilhosa

O Grémio de Instrução e Recreio (GIR) da Pampilhosa, perante um pedido de impugnação da última reunião, por parte de alguns sócios, já agendou nova assembleia-geral, para o próximo dia 23 de abril, para discutir a proposta de protocolo da Câmara destinado a ultimar as obras e, em contrapartida, beneficiar do direito de superfície do espaço. O JB sabe, no entanto, que neste encontro poderá ser levada à votação uma contraproposta, tudo isto depois de a Câmara já ter aprovado a atribuição de 150 mil euros para as obras.
Num altura em que aquilo que seria normal era festejar os seus 110 anos, o certo é que o GIR vive uma das fases mais complicadas da sua vida. Os sócios (poucos) estão divididos e é a obra de recuperação do Cine-Teatro da Pampilhosa, que se arrasta, que tem sido o grande motivo da discórdia. Entre os associados, há quem defenda a salvaguarda da história de mais de um século e não a “municipalização” daquilo que ainda resta da associação: o seu inacabado Cine-Teatro.

Não há a menor dúvida que o movimento ferroviário vivido desde sempre na Pampilhosa foi marcante, foi o grande impulso para muitas iniciativas locais. O GIR não fugiu desta rica realidade e nasceu, imagine-se, do empurrão apaixonado pelo teatro do então chefe da estação da Linha da Beira Alta, Lúcio de Oliveira e Silva. Foi no seu gabinete que a 5 de abril de 1906 foi assinada a escritura pública que criou o GIR. Precisamente 110 anos depois do dia emblemático, o JB esteve no local que ditou o arranque oficial da centenária associação. Ao meio da tarde, perante a disponibilidade do atual chefe da estação, António Curto, e da boa vontade da direção de comunicação e imagem da Infraestruturas de Portugal, estivemos ali e tentámos recuar mais de um século, onde tudo começou. O cicerone para esta viagem foi Mário Rui Cunha, entusiasta da história e das tradições locais, prestando vénia ao grande impulsionador do teatro na Pampilhosa, homem de palco e afincado ferroviário, que mereceu do benemérito e empresário Paul Bergamin a doação de terrenos para a construção do Cine-Teatro, que viria a nascer a 29 de agosto de 1908.

João Paulo Teles

Reportagem completa na edição de 14 de abril de 2016 do Jornal da Bairrada