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Anadia

Anadia: Biblioteca Municipal é exemplo a seguir

A Biblioteca Municipal de Anadia (BMA) foi palco, no passado sábado, dia 10, da cerimónia que assinalou a atribuição da certificação do Sistema de Gestão da Qualidade implementado pela Câmara Municipal de Anadia.
Um evento que contou com a presença de Celeste Amaro, Diretora Regional da Cultura do Centro; Silvestre Lacerda, diretor da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas e Rui Oliveira, diretor da APCER.
Perante uma atenta plateia de amigos e utilizadores da biblioteca, Sónia Almeida, diretora da BMA, realçaria que a certificação alcançada é o reconhecimento de um trabalho que se vem desenvolvendo desde a fundação da biblioteca.
“Rentabilizar recursos transformando-os em serviços de elevada qualidade, eis o desafio proposto por esta filosofia de gestão que decidimos abraçar de forma cabal”, diria, acrescentando ainda: “tudo o que fazemos é controlado, documentado e encontra-se auditado e certificado. Desde a compra de um livro, à gestão de empréstimos, passando pelo tratamento documental”.
De resto, um processo que permitiu certificar todos os serviços prestados na BMA e que envolveu um custo de cerca de 15 mil euros, sendo esta a única biblioteca municipal da CIRA a alcançar este desiderato.

Certificação é uma ferramenta. Na ocasião, Rui Oliveira, da APCER, destacou que esta cerimónia constitui mais uma referência para o setor da administração pública, desempenhando o município de Anadia um papel de exemplo, pela visão estratégica, ao decidir realizar este investimento.
Assim, a BMA “é uma mais valia para o município e para a região, ainda que a certificação não possa, nem deva ser considerada como um fim em si mesmo, mas antes um reconhecimento e uma ferramenta que pretende contribuir para a eficácia da gestão e para a melhoria contínua dos serviços prestados, tendo sempre como preocupação a resposta às necessidades e expetativas da comunidade.”

Enorme desafio. Silvestre Lacerda, diretor da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, sublinharia que nas últimas três décadas se passou de 70 bibliotecas para 301, o que permitiu ao país estar radicalmente diferente na paisagem cultural de oferta de serviços de qualidade. Um projeto possível, diria, graças “à parceria muito ativa das autarquias locais na conjugação de esforços, à capacidade de realização entre a administração pública central e local.” Um investimento na ordem dos 250 milhões de euros, que veio alterar profundamente aquilo que é o acesso ao conhecimento. Por isso, felicitou o município de Anadia e os técnicos que levaram por diante este enorme desafio: “não se ficaram pela inauguração daquilo que são estas magníficas instalações, mas foram mais além nos seus desafios – servir bem e colocando os cidadãos no centro das suas preocupações.”
Em Anadia, incentivou outras bibliotecas municipais a seguirem este exemplo.

Olhos postos na excelência e na inovação. Na ocasião, a edil anadiense Teresa Cardoso destacaria que a Certificação não deixa margem para dúvidas quanto ao seu princípio: a qualidade que nesta Biblioteca, se cumpre, diariamente. De resto, com apenas oito anos de vida, a BMA conta já com um conjunto de distinções que “muito têm orgulhado o Município” e onde a autarquia tem feito um investimento constante. Por isso, recordou estarem para breve, as obras de requalificação do espaço envolvente da Biblioteca, que contribuirão para uma melhoria significativa dos serviços prestados. O mesmo acontece com a infraestrutura informática, que será completamente renovada de forma a responder às exigências de um serviço que o município quer na vanguarda da disponibilização e acesso à informação.
Teresa Cardoso diria ainda que o trabalho desenvolvido faz-se de “olhos postos na excelência, na inovação, na qualidade, na resposta a novos hábitos e necessidades, na busca de novos serviços, em suma, na senda da melhoria contínua”, não deixando de salientar o mérito da Rede de Bibliotecas de Anadia e da Rede de Bibliotecas Municipais da CIRA, um projeto liderado pelo Município de Anadia, distinguido a nível nacional na 1.ª Edição do Prémio Boas Práticas em Bibliotecas Públicas, e que “tem servido de farol a outras comunidades intermunicipais que tentam, igualmente, afirmar grupos de trabalho congéneres.”

Bibliotecas têm que se reinventar. A terminar, Celeste Amaro, Diretora Regional da Cultura do Centro, realçaria que a certificação deverá servir de motivação para que o trabalho seja desenvolvido ainda com mais empenho.
Em Anadia, reconheceu que as bibliotecas, hoje em dia, têm um trabalho muito difícil de se reinventarem face às novas tecnologias. Por isso, apelou às gerações mais velhas para que ensinem os mais novos o quão agradável é folhear um livro. “A relação que temos com o papel é completamente diferente de qualquer outra e o livro continuará sempre a existir”, frisou.
Celeste Amaro mostrou-se ainda agradada por ser uma cidade pequena, como Anadia, a puxar as outras: “Nem sempre as cidades maiores pensam nos melhores projetos. Este é um trabalho muito meritório e que ultrapassará a CIRA e irá para outras comunidades intermunicipais”, diria.
Catarina Cerca