Sebastião Antunes entrou em palco sabendo que muitas das suas músicas já fazem parte do reportório festivo da freguesia de Ancas. Ricardo Mingatos, o baterista, natural de Mira, que por diversas vezes esteve no Club de Ancas, sabia que a festa estava garantida. E assim foi o concerto de encerramento da 10.ª edição do Folk-Ancas, que certamente marcará o futuro do evento que agora elevou a fasquia de qualidade para um nível muito alto. Os já clássicos temas como “Ai Caramba”, “Proibido Adivinhar” e os dois encore com “Cantiga das Comadres” e “Cantiga da Burra” de Sebastião Antunes, marcaram a 10.ª edição do Folk Ancas e o ambiente final foi de enorme alegria e vontade de prolongar a noite.
Num fim-de-semana em que a música e a dança tradicional estiveram bem presentes, o ambiente de festa e o apelo às raízes tradicionais dos diferentes povos e culturas foram bem marcantes. O espaço único da Quinta Convivial, a cuidada decoração do recinto com uma “tradicional” quinta agrícola e uma exposição de espantalhos não deixaram ninguém indiferente.
Todos os artistas que passaram pelo palco do Folk Ancas apresentaram espetáculos únicos e em troca receberam aplausos e agradecimentos de um público, que apesar dos inúmeros eventos coincidentes, acabou por marcar presença em número bastante aceitável. Desde os “residentes” do Club de Ancas, Secção de Dança Jazz e Música sem Idades do Club Sénior, ao Trio Bairrada, Incantus – Tocares e Cantares de Avelãs de Cima e Grupo Folclórico de Paredes do Bairro, às visitas do TradFolk Aveiro e ao fantástico músico Paulo Bastos que, na noite de sábado, fizeram as delícias dos presentes com um baile folk interativo, todos os momentos foram marcados com grandes espetáculos.
No domingo à tarde, as atuações dos grupos do Chile e Peru transportaram o muito público presente para o folclore da América do Sul, com danças e músicas deslumbrantes. Foi um momento único e de grande impacto cénico e musical.
A organização do Club de Ancas mostrou-se satisfeita: “O Club de Ancas não pode deixar de agradecer a todos aqueles que contribuíram para o sucesso deste evento. Quase tudo se faz com dinheiro mas muito mais faz-se com dedicação, empenho, solidariedade e alegria. Queremos agradecer aos artistas e projetos que participaram no nosso evento, mas também aos voluntários e aos parceiros que permitiram que tudo isto acontecesse, deixando também um obrigado ao apoio efetivo da Câmara Municipal de Anadia, que através do Programa Sentir Anadia, pela primeira vez nas dez edições, contribuiu de forma decisiva para a qualificação e sucesso do nosso projecto. Obrigado esse que estendemos também à Junta de Freguesia.”
Na entrega dos prémios, onde estiveram presentes a presidente da Junta Ema Pato e vereadores da Câmara Municipal de Anadia, Lino Pintado teceu um enorme elogio ao evento: “Posso testemunhar o extraordinário evento, mais um, promovido pelo Club de Ancas. Este Festival, ocorreu num magnífico espaço rural, que lhe conferiu um enquadramento cénico admirável. Recebeu participantes, da nossa região, do nosso país, mas também de longínquos países, como o Chile e o Peru. Este evento promove a partilha de experiências e tradições, apela às nossas raízes e referências, reforça o sentimento de pertença e evoca a memória coletiva das comunidades que se fizeram representar. São também eventos como este que nos abrem os horizontes e fazem cumprir o nosso programa Sentir Anadia. Parabéns ao Clube de Ancas Contaram com o nosso apoio e podem continuar a contar.”
Pelo Clube de Ancas, Artur Castro afirmou ainda que “acreditamos que a cultura é o processo fundamental para a reafirmação da identidade dos povos e em particular da nossa comunidade” deixando um agradecimento especial a todos os que visitaram Ancas e à população que brindou o evento com a sua adesão, “ a todos agradecemos por terem valorizado, através deste evento, a vertente social do Club de Ancas.”
TA