Com 79 anos de idade, faleceu, nos hospitais da Universidade de Coimbra, Arlindo Nunes Vidal, na situação de viúvo. Era pai de Luis Manuel e António José de Almeida Vidal, emigrantes no Canadá, onde o extinto também esteve emigrado. O seu corpo esteve em câmara ardente na capela do lugar.
O seu desaparecimento que nos surpreendeu e dele só agora tivemos conhecimento, vem na sequência de outras mortes, nomeadamente da esposa e do seu irmão Diógenes, o que o deixou muito abalado, segundo nos confessara recentemente. Embora padecesse de alguns problemas, nada fazia prever este desfecho.
Arlindo Vidal que sempre revelou amor à sua terra e gentes, foi emigrante em França e no Canadá e, no tempo de aposentação, dedicou-se à arte dos vitrais que ficaram a reflectir a sua alma de artista por muitas capelas e igrejas. Era um dos raros artesãos nesta área. Foi também durante muitos anos dedicado colaborador do nosso jornal. Gostando de escrever, deixou em livro registadas as suas memórias de infância e da família, venturas e desventuras do tempo de emigrante, do tempo do amor e da arte do vitral, não deixando de lembrar os tempos difíceis em que se viu envolvido com a morte do pai e a descoberta de meios (lícitos) para a sobrevivência.
Sabemos que deixou também muitas notas e páginas sobre a história de Samel, que esperava trazer á luz do dia. Será um espólio que naturalmente a família muito irá estimar, em sua memória. Era estruturalmente um homem bom e de diálogo, sempre colaborante.
O funeral constituiu uma grande manifestação de pesar.
Jornal da Bairrada, que lamenta esta perda, apresenta sentidas condolências a toda a família enlutada.
Armor Pires Mota