Cerca de 270 pessoas estiveram presentes no almoço de homenagem ao ex-autarca Armando Pereira (presentemente, membro da Assembleia de Freguesia), agradecendo, desta forma, a sua dedicação ao serviço da causa pública.
O evento teve lugar, no último domingo, no auditório do Centro Social, Cultural e Recreativo da Freguesia de Avelãs de Cima.
Grande motor da freguesia. Um dos amigos ausentes foi Armor Mota, de Águas Boas (Oliveira do Bairro). Em carta lida por Rosa Maria Tomás (da comissão organizadora), referia que a homenagem é “merecida e justíssima.”
Porquê? Trata-se de um autarca que “ficará para sempre ligado ao grande salto para o progresso e desenvolvimento da freguesia”, sendo uma “figura incontornável de grande autarca, não só pelos muitos e bons anos que serviu a comunidade, mas sobretudo pelo empenho e entusiasmo, postos na coisa pública, pelo congregar de boas vontades para as causas da freguesia, pelas estratégias montadas, nunca baixando os braços perante as dificuldades”.
Segundo Armor Mota, “ele foi o grande motor, o incansável político e o apaixonado pela freguesia, devotando-se por inteiro na defesa dos seus interesses”. Por isso, “ganhou o respeito e o carinho dos conterrâneos, mas também a admiração dos autarcas do concelho”.
Homem reivindicativo. Emocionado, o autarca Litério Marques traçou um percurso da vida política de Armando Pereira que conhecera e contactara, pela primeira vez, quando ambos eram presidentes de Juntas de Freguesia e lutavam por trazer para as suas freguesias obras e infra-estruturas que consideravam importantes. Depois, já na qualidade de presidente da Câmara, Litério Marques reconheceu que Armando Pereira era um reivindicador nato, lutando pelos interesses da sua freguesia.
Comparando a sua caminhada política com a do homenageado, sublinharia que ambos para vencerem actos eleitorais foram obrigados a integrar listas do CDS/PP, como independentes, pois o PSD recusara-os como candidatos.
O edil anadiense aproveitaria assim a ocasião para tecer duras críticas ao facto de se negarem militantes nas Concelhias, nomeadamente na do PSD: “É uma vergonha para a democracia”. Exemplificando com o caso do autarca Manuel Veiga (viu ser recusada a sua filiação no PSD), disse que “a militância é um direito, um sentimento interno e profundo de cada um” e que, enquanto tiver força, irá continuar a denunciar estas situações.
Já o actual autarca, Manuel Veiga, reconheceria os valores e ensinamentos que lhe foram transmitidos pelo seu antecessor. “Estive quatro anos consigo. Fui a votos e ganhei. Não sei se farei um trabalho tão bom, mas tenho os seus ensinamentos, pelo que darei o meu melhor”.
A terminar, o homenageado agradeceu as palavras “bonitas” proferidas pelos vários oradores, sublinhando também que a “vida autárquica não é mais do que um grande palco onde todos nós somos actores”. Agradecendo a presença de todos, recordou que nem tudo foram rosas: “Não foi fácil. Fizemos o melhor que sabíamos”.
Catarina Cerca