A redução da atividade económica e da mobilidade das pessoas por causa da pandemia da COVID-19 reduziu de forma drástica as emissões de dióxido de azoto, que em Lisboa, a título de exemplo, chegaram aos 80% e nalguns locais do Porto aos 60%.
Segundo uma nota do Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior (MCTES), as imagens obtidas pelos peritos do Laboratório de Observação da Terra do Centro Internacional de Investigação do Atlântico (Air Centre) entre os dias 10 e 28 de março revelam uma redução drástica nos níveis de NO2 (dióxido de azoto), um gás que resulta da queima de combustíveis fósseis, nomeadamente dos motores dos carros e da indústria.
Em comunicado, o MCTES diz que, no caso de Lisboa, a redução é mais significativa, chegando aos 80% em alguns locais da capital. No Porto, a queda atinge os 60% em alguns pontos da cidade.
“A inalação por dióxido de azoto está relacionada com o aumento da probabilidade de problemas respiratórios, uma vez que em altas doses poderia inflamar o revestimento dos pulmões e reduzir a imunidade a infeções pulmonares, causando problemas como tosse, constipações e bronquite”, recorda.
A monitorização das emissões de dióxido de azoto (NO2) em Portugal e Espanha ao longo do mês de março pelo AIR Centre mostra um efetivo aumento do nível da qualidade do ar durante o período de emergência nacional decretado no contexto do surto da doença covid-19, uma evolução ”particularmente benéfica para reduzir a probabilidade de afetar pessoas com problemas respiratórios”, sublinha o ministério.
Os dados do AirCentre, que analisou as emissões de dióxido de azoto em Portugal e Espanha ao longo do mês de março, indicam que os níveis deste gás na atmosfera caíram sobretudo a partir do dia 10 de março, aquando do encerramento de museus, teatros, monumentos e atividades desportivas em áreas fechadas em Portugal.