Águeda é o primeiro município no país a implementar um serviço de preparação individualizada e personalizada de medicação. Este programa pioneiro é desenvolvido pela Associação Nacional de Farmácias (ANF) e pela Associação Dignitude e tem a adesão da Câmara Municipal de Águeda.
Neste contexto, a Câmara Municipal deliberou a atribuição de um incentivo aos utentes com dificuldades económicas para acederem a este programa.
Trata-se de um serviço farmacêutico diferenciado, que promove a utilização correta, segura e efetiva da medicação com recurso a um dispositivo de múltiplos compartimentos para a organização de medicamentos, que é selado de forma estanque e descartado após a sua utilização. Vai ser implementado em qualquer das 13 farmácias do Concelho de Águeda que venham a aderir a este programa, que virá a ser replicado noutros municípios.
O referido dispositivo, de fácil utilização, consiste num cartão com vários compartimentos referentes às várias tomas de medicamentos de cada dia, estando homologado pelo Infarmed, pelo que estão garantidos a segurança e fiabilidade do processo. Assim, as farmácias, ao invés de simplesmente entregarem caixas com medicamentos, fazem a gestão dos medicamentos de uma forma personalizada para cada utente e consoante as suas necessidades terapêuticas.
“Somos mais uma vez pioneiros nos serviços que prestamos aos nossos cidadãos e este programa em concreto permite que as pessoas que precisam de tomar vários medicamentos, nomeadamente idosos, e que se possam confundir com as diferentes tomas ou até esquecer, tenham ao seu dispor um serviço que prepara e disponibiliza a medicação de uma forma personalizada”, referiu Jorge Almeida, presidente da Câmara de Águeda.
Este serviço, que tem um custo semanal máximo de cinco euros por cada utente, contribui para uma redução dos erros de administração de medicação prescrita devido a confusão, duplicações e/ou esquecimentos, facilitando assim os cuidados aos doentes e seus cuidadores. Este projeto destina-se a doentes crónicos, ou idosos, que estejam a tomar vários medicamentos de uso continuado, desde que não tenham qualquer apoio institucional, seja ele por parte das IPSS ou outra entidade que preste apoio ao munícipe.
Os munícipes serão identificados/sinalizados e encaminhados para o projeto pelos Centros de Saúde, pelas próprias farmácias ou pelos serviços municipais, sendo que competirá à autarquia analisar a condição sócio-económica dos utentes, que serão apoiados no acesso a este serviço farmacêutico de acordo com os seus rendimentos. Com base no acordo aprovado, a autarquia assumirá o custo de cinco, quatro ou três euros por semana aos munícipes que tiverem um rendimento per capita inferior a 30%, entre 30 e 40% ou entre 40 e 50% do valor do IAS (Indexante dos Apoios Sociais), respetivamente.