Aprovada por unanimidade e aclamação pela Assembleia Municipal, a medalha de Mérito Municipal, grau ouro, atribuída pela Câmara, já foi entregue, no passado fim-de-semana, ao presidente da direcção da Filarmónica Vaguense, Carlos Ribau.
Foi um dos pontos altos da cerimónia, comemorativa dos 150 anos da colectividade, com o presidente da Câmara, Rui Cruz, a destacar a “paixão e agressividade positiva” da direcção, e o contributo dado pela instituição para “engrandecer e produzir Cultura no concelho de Vagos”.
O autarca vaguense, que elogiou, ainda, a qualidade artística da Filarmónica Vaguense, e o trabalho pedagógico desenvolvido a nível da formação, anunciou estar para breve o arranque das obras, no edifício onde durante mais de duas décadas, funcionou a antiga unidade de Saúde, inaugurada em 1993 pelo então ministro da Saúde, Albino Aroso.
Localizada na Ladeira do Mano, será transformada num modelar Centro de Cultura, onde ficará sedeada a Filarmónica Vaguense, que actualmente funciona a titulo precário no diversas outras valências de âmbito cultural e social, entre outras actividades.
Da cerimónia, a que compareceu a representante da Direcção Regional de Cultura do Centro, fez parte, também, a apresentação do livro “150 Anos de Música, por Vagos”, a cargo da vereadora do pelouro da Cultura, Cláudia Oliveira, cuja edição foi oferecida pela Câmara.
Para além do mérito camarário, a direcção da instituição vaguense decidiu distinguir Leonel Ferreira Ruivo como “Maestro Honorário”. Ao serviço da Filarmónica desde 2005, o actual director artístico da Filarmónica é, ainda, director e professor da Escola de Música.
Mérito, também, para João Santos Martins, pelo trabalho desenvolvido como executante, e na criação da Orquestra Ligeira, e para Juan José Silva Mano, que fez parte dos corpos gerentes da associação nos últimos nove anos. Foram, ainda, distinguidos, pela antiguidade e dedicação, os seguintes músicos: Carlos Manuel Almeida, Daniel Filipe Cardoso e Raphael Nunes Freire, todos de Ouca, e Pablo Alejandro Ferreira, de Santo André.
História
A Banda Vaguense foi fundada em 1860, tendo-se estreado oficialmente a 24 de Junho, numa festa em honra de S. João. Reza a história que, no âmbito da sua candidatura a deputado, José Estêvão Coelho de Magalhães veio pessoalmente a Vagos, para ultimar alguns pormenores da sua campanha. A Banda Vaguense acompanhou o futuro parlamentar a casa do presidente de Câmara, Duarte Vidal, acabando por “entusiasmar grandemente a população”.
E quando José Estêvão foi eleito, de novo a recém-criada Banda esteve em foco, ao liderar o cortejo que se dirigiu a Aveiro, com o Prior João Miranda Ascenso, seu fundador, à frente.
Eduardo Jaques/Colaborador