Focada essencialmente no desenvolvimento de soluções integradas, em “compósitos para ambientes marítimos”, as novas instalações da “Composite Solutions”, com sede na Zona Industrial de Vagos (ZIV), foram inauguradas há dias pelo Ministro do Mar, que tinha incluído Vagos na agenda do Roteiro da Economia e Empreendedorismo Azul.
Ricardo Serrão Santos, que se fazia acompanhar pela diretora-geral de Política do Mar, Helena Vieira, viu alguns dos projetos em curso, com destaque para uma boia para produção de energia das ondas ou a transformação de embarcações de pesca em casas flutuantes. No final da visita, declarou que “Portugal está no topo em termos de engenharia ou de tecnologia”, tendo contudo admitido que o país deve “valorizar-se mais”, para conseguir “extrair todo o seu potencial”.
Na sua intervenção, o diretor-executivo da empresa, Ricardo Neta, reconheceu que as instalações “deveriam localizar-se junto à costa”, em terrenos portuários, sublinhando que tal solução foi inviabilizada face aos preços “excessivamente elevados”. Política que, longe de ser um incentivo, constitui um “travão ao desenvolvimento daquelas áreas”, assinalou o empresário, que anunciou ser intenção da Composite Solutions criar, em breve, uma marina própria.
Objetivo que, conforme referiu, tem “esbarrado” sempre no excesso de burocracia e nas exigências da Agência Portuguesa do Ambiente, queixou-se Ricardo Neta.
O presidente da Câmara de Vagos, Silvério Regalado, que acompanhou a visita, subscreveu tal constatação tendo referido que “os condicionamentos ambientais vão muito para além do razoável”. Atento e preocupado com o que ouviu, o governante acabaria por tomar devida nota, mas remeteu as respostas para a Estratégia Nacional para o Mar.
Eduardo Jaques/Colaborador