A população da União de Freguesias (UF) de Belazaima do Chão, Agadão e Castanheira do Vouga, em Águeda, boicotou o início das eleições presidenciais para contestar a falta de médico na extensão de saúde de Belazaima do Chão.
A situação foi confirmada ao JB por Jorge Almeida, presidente da Câmara Municipal de Águeda.
Esta manhã e de acordo com a Agência Lusa, os populares colocaram pedras de grandes dimensões, barreiras em ferro e cartazes onde se lia “Protesto. Não Vote!” à porta das entradas das mesas de voto para contestar a falta de médico de família há um ano.
A normalidade acabaria por ser reposta antes das 11h, altura em que abriram as urnas nesta UF.
“Tudo decorre agora com normalidade, mas a abstenção está perto dos 100%”, contou o presidente da Junta, Vasco Oliveira, à Lusa.
Apesar de lamentar e de não concordar com “este tipo de atitudes”, Vasco Oliveira referiu “perceber perfeitamente a indignação” das pessoas.
Também o presidente da autarquia Jorge Almeida explicou ao Jornal da Bairrada que “embora ainda não tenha números exatos, este boicote foi mais expressivo em Belazaima do Chão, ainda que nas outras duas localidades o número de votantes tenha também sido bastante reduzido”.
Há cerca de um ano que esta freguesia, com 88 km2, perdeu o médico de família e a enfermeira que trabalhavam na extensão de saúde, não tendo sido até agora substituídos.
“Apesar das várias reuniões e promessas onde se chegaram a apontar datas concretas para que um novo médico fosse indicado para a extensão de saúde, a verdade é que aquela extensão continua encerrada”, avançou o presidente Jorge Almeida, que acrescenta: “muitos utentes começaram a ser aliciados a inscreverem-se noutras unidades de saúde, nomeadamente em Águeda”, parecendo existir uma clara intenção de “esvaziar a extensão de saúde de Belazaima do Chão”.
“Tanto a Câmara Municipal como a Junta de Freguesia faziam um enorme esforço para ir buscar às zonas mais serranas idosos para a Extensão de Saúde de Belazaima do Chão”, recorda Jorge Almeida, lamentando que se fale tanto em “cuidados de proximidade e na prática o que aconteça é a centralização de serviços.”