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Ílhavo // Região // Sociedade  

Carlos Paião vai ter estátua no centro de Ílhavo

A escultura, do artista plástico Albano Martins, será feita em bronze, com 1,80 metros de altura.

A Câmara Municipal de Ílhavo desafiou o artista plástico Albano Martins para esculpir uma estátua de homenagem ao cantor ilhavense Carlos Paião, que será exposta na Calçada Carlos Paião, no âmbito da Requalificação do Centro Urbano de Ílhavo – Jardim Henriqueta Maia.

A escultura, com a inscrição “#emPlayBack”, será feita em bronze, com 1,80 metros de altura e ficará colocada ao nível do solo. Este contexto permitirá um enquadramento de Carlos Paião com o espaço requalificado, integrando-o nas vivências culturais que ali forem desenvolvidas e promovidas no futuro, bem como uma interação e uma proximidade muito direta com as pessoas que usufruem daquela zona, valorizando e simbolizando a relação de intimidade que o artista sempre procurou manter com o seu público e fãs.

Esta iniciativa, que conta com a Curadoria de Nuno Sacramento, espelha o reconhecimento público da Câmara Municipal de Ílhavo do papel cultural e do peso musical de Carlos Paião, enquadrado no esforço conjunto, desenvolvido em 2020, pela autarquia e pelo biógrafo Nuno Gonçalo da Paula (autor da biografia de Carlos Paião) com o propósito de assinalar os 40 anos do lançamento do primeiro disco e da profissionalização da sua intensa carreira, tragicamente interrompida ao fim de uma década.

Esta é a forma que a Câmara Municipal de Ílhavo encontrou para homenagear Carlos Paião e procurar, mais uma vez, manter viva na memória coletiva as tradições, a cultura e as pessoas que notabilizaram e levaram mais longe o nome de Ílhavo e das suas gentes, para além de “prestar o seu reconhecimento público deste notável autor e artista português, acarinhado por quem o consagrou e imortalizou”.

O ilhavense Carlos Paião

Carlos Manuel de Marques Paião nasceu no dia 1 de novembro de 1957, na cidade de Coimbra, onde a assistência médica era melhor do que na, então, vila de Ílhavo. Toda a sua família é de Ílhavo, a começar pelos seus pais.

Estreou-se no “mundo das cantigas” em 1978 no Festival da canção do Illiabum Clube de Ílhavo onde conquistou dois prémios, sendo um deles o melhor intérprete.

Em 1980 trocou, definitivamente, o curso de medicina que frequentava em Lisboa pela carreira musical. E logo no ano seguinte ganhou o Festival RTP da Canção representando Portugal no Eurofestival da Canção realizado, nesse ano, em Dublin, na República da Irlanda. A canção era o conhecidíssimo “Play-back”, uma sátira aos cantores que enganam o público cantando em play-back.

Compositor, intérprete, instrumentista e produtor foi como letrista que o seu nome ganhou maior dimensão escrevendo para vários artistas, inclusive para Amália Rodrigues.

Entre as muitas canções que escreveu e cantou todos se recordam de “Cinderela”, “pó de arroz”, “Vinho do Porto”, “Marcha de Pião das Nicas”, “Souvenir de Portugal”, “Eu não sou poeta”, “Versos de Amor”, Lá longe Senhora” e tantas outras em que brincava com as palavras descobrindo-lhe a beleza e a poesia.

Carlos Paião morreu no dia 26 de agosto de 1988, vítima de um acidente de viação.

O escultor

Albano Martins nasceu no Porto em 1971. É licenciado em Artes Plásticas – Escultura, pela Faculdade de Belas Artes do Porto e Mestre em Design, Materiais e Gestão do Produto, pela Universidade de Aveiro.

A sua obra faz a fusão de diferentes meios de representação, nomeadamente, a escultura modelada, a fotografia, o vídeo, a modelação e a animação 3D.

Expõe em Galerias de Arte, participa em Simpósios de Escultura e está representado em várias coleções públicas e privadas. Participa em projetos de diferentes áreas do espetáculo, na conceção e produção de cenografias e figurinos.

Paralelamente à sua atividade artística, foi Professor de Escultura e Desenho no Ensino Superior Artístico e em vários Cursos Profissionais de Arte e Design.