Com apenas 14 anos, Carlos Soares já sabia que iria seguir medicina, a sua grande paixão. Hoje, aos 34 anos, este médico intensivista, com raízes em Sangalhos (concelho de Anadia) trabalha no maior hospital da Arábia Saudita, qual Torre de Babel, onde se sente plenamente realizado e integrado.
Aventureiro por natureza, os caminhos exóticos cruzam a sua vida desde criança e, talvez por isso, se defina como “um cidadão do mundo”, sempre ávido por abraçar novos desafios. Sair constantemente da zona de conforto faz parte do seu ADN e, por isso, partilha connosco a sua experiência, reconhecendo a importância da família e dos profissionais de saúde com os quais se relacionou nos hospitais portugueses onde trabalhou, mas admitindo também a lição que todos devem retirar desta pandemia.
É natural de Sangalhos. Como e quando foi parar ao Médio Oriente?
É uma longa história. Mas em finais de 2019, quando trabalhava no Hospital de Faro, cruzei caminho com uma companhia de Coimbra – a IGHS (Idealmed) e foi-me apresentado o projeto do Oman International Hospital, no qual embarquei e me comprometi, desde então, sem hesitar.
Demorou até poder vir e ter tudo acertado, mas, até hoje, não me arrependo e mantenho a mesma (ou mais) motivação que ganhei nesse dia.
Não é novo para mim aventurar-me por caminhos exóticos. Apesar de me considerar bairradino, com muito orgulho, sou um cidadão do mundo e a minha vida tem sido de porto em porto à descoberta.
Trabalhar em Omã tem sido uma experiência gratificante, portanto?
Como experiência de vida tem sido única e incrível. Cada dia me sinto a ver algo como se fosse a primeira vez, a aprender algo novo e a compartilhar experiências com alguém diferente. Não há nada mais enriquecedor para a mente e para o espírito que isto. Vejamos: não é como acordarmos e ser Natal todos os dias; é como acordarmos todos os dias e aprendermos que há Natal – penso ser a frase chave.
Como experiência profissional, encontro-me mais motivado, cada dia que passa, deixando claro que não foi o aspeto financeiro que me motivou. Foi, sem dúvida, a ideia de poder fazer algo novo e completamente diferente. Sair da minha zona de conforto para poder fazer o que mais gosto é uma sensação fantástica e só tenho a agradecer, até hoje, a quem me deu a oportunidade.
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