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Anadia // Sociedade  

Morreu o urologista Dinis Calado

O médico e diretor clínico das Termas da Curia e de Vale da Mó estava internado no CHUC desde o final do mês de novembro, vítima de uma queda.

Sempre frontal e até, por vezes, polémico, assim se poderia descrever o médico Dinis Calado, personalidade incontornável na região, na área da medicina e do termalismo, que nos deixou hoje, aos 81 anos. Era casado com a professora aposentada Maria de Lurdes Calado e pai de três filhos, Helena Catarina, Manuel José e Dinis Pedro Parente Calado.

Dinis Calado estava internado no CHUC desde o final do mês de novembro, vítima de uma queda. O seu funeral sairá da Igreja de Anadia na próxima quinta-feira, dia 16 de dezembro, às 15h30, seguindo depois para o Crematório Municipal de Coimbra, em Taveiro.

Natural do lugar de Candeeira, na freguesia de Avelãs de Cima, foi em Aguim que fixou residência. Estava ligado às Termas da Curia há cerca de quatro décadas, sendo seu diretor clínico desde 1 de abril de 2007 (era igualmente médico e diretor clínico das Termas de Vale da Mó).

A exercer medicina há mais de meio século, com especialidade em Cirurgia Geral e mais tarde em Urologia (esteve 39 anos ligado ao HUC, nesta especialidade), exerceu também a função de médico de família, durante 13 anos, no Centro de Saúde da Pampilhosa.

Em 2019, na última entrevista que deu ao JB, confessava-se um apaixonado pela medicina, dizendo que, para a exercer, a primeira atitude do médico devia ser esta: “conhecer o paciente e saber ouvi-lo”.

O seu telemóvel, afirmava, estava “sempre ligado e disponível, 24h/dia, nem que seja só para dar um conselho”.

. Quando ali entrou, um pouco antes da revolução de Abril, as Termas da Curia recebiam milhares de aquistas, chegando Dinis Calado a ver 60 doentes por dia. “Progressivamente, as coisas foram diminuindo, até à não comparticipação dos tratamentos termais”, o que ditou a agonia de muitas estâncias termais.

Defensor do Termalismo

Homem convicto de que o termalismo evitaria muitas cirurgias, defendia que devia ser promovido e devidamente apoiado. “As águas termais medicinais são o único bem natural para a saúde que temos no país”, frisava.

Sobre as águas mineromedicinais das Termas da Curia, de natureza “sulfatada cálcica e magnésica”, dizia que eram indicadas para o aparelho Nefro-Urinário, Metabólico-Endócrinas, Reumáticas e Músculo-Esqueléticas. Ou seja, “excelentes para os casos de gota”, mas também para os “casos de cálculos de ácido úrico”, onde os resultados dos tratamentos “podem ser espetaculares, com desaparecimento do cálculo, melhorando o funcionamento dos rins”.