Há duas listas candidatas aos órgãos sociais da Cooperativa Agrícola de Oliveira do Bairro e Vagos (CALCOB), que vão a votos amanhã, sábado, dia 22.
Fernando Silva (Lista A), que tem gerido a instituição nos últimos anos, já confirmou ao JB que vai recandidatar-se e vai manter a mesma equipa para o próximo mandato.
Entretanto, há uma outra lista candidata, liderada pelo agricutor Luís Alberto (Lista B), que critica a atual gestão, apontando que a cooperativa está “estagnada” e precisa de ser “revitalizada”.
Fernando Silva reage e argumenta que “a CALCOB é hoje um barco muito grande que não pode pactuar com amadorismos”.
A equipa que gere atualmente a CALCOB, liderada por Fernando Silva, que tem uma ligação de 45 anos à casa, terá uma candidatura adversária nas próximas eleições, liderada por Luís Alberto e que integra os nomes, entre outros , de Carlos Silva, Messias Píncaro e Vítor Mota.
Aquela lista, que afirma querer revitalizar uma das maiores cooperativas do país, defende quatro exixos: “Mais proximidade com os associados, reorganização /organização financeira, melhoramento das estruturas e compromisso para desenvolver a Cooperativa”.
No manifesto de ideias, Luís Alberto reconhece que viu a CALCOB “a desenvolver-se continuamente”, contudo, “nos últimos anos temos observado a estagnação e temos o compromisso de mudar isso”.
Os elementos desta equipa que querem destronar a atual gestão dizem-se apostados em “estar mais próximos dos associados, prestar uma melhor assistência técnica aos nossos produtores”, defendendo “aumentar a área de produção na região”, uma vez que “hoje, quase nada se produz na nossa região, vem tudo do Norte ou do Sul, e é preciso inverter esta tendência, é preciso ajudar os nossos agricultores, protegê-los, dar-lhes formação, estar ao lado deles inverno após inverno”.
É intenção também desta equipa “melhorar as estruturas, dar melhor condições aos colaboradores da CALCOB, pois é através dos mesmos e dos esforços de todos que atingiremos os objetivos propostos. Para nós, as pessoas são o ativo mais importante, é fundamental o bem-estar dos colaboradores”.
“É lamentável ver produtores a pensar dessa forma”
Fernando Silva, que volta a ser acompanhado pela sua equipa base para a candidatura a mais um mandato, deixa fortes críticas aos elementos da outra lista, começando por apontar que “é lamentável que produtores, que produzem e entregam o que produzem na Cooperativa, digam esse tipo de coisas e pensem desta forma”.
“Não compramos mais porque não nos entregam mais”, refere Fernando Silva, apontando que os principais nomes que dão corpo àquela candidatura “estão nisto, pura e simplesmente, por questões pessoais, que nunca mostraram provas de gestão de nada”, disse, apontando que “são questões pessoais que os movem e lá saberão a razão por que estão ressabiados”.
Frisando que esta lista adversária tem elementos que faziam parte da sua equipa, Fernando Silva acha “estranho” o facto de “todos eles terem estado na última assembleia-geral, onde se votou tudo por unanimidade e ninguém fez qualquer pergunta… e agora dizem que está tudo mal”.
Apostando na continuidade da gestão atual e no crescimento da CALCOB, Fernando Silva responde que a Cooperativa dá primazia aos produtos e produtores locais, mas “quando não há produtos vamos fora para não falharmos com os nossos clientes”.
“É lamentável estarem com essas críticas a transmitir uma imagem negativa que não é verdadeira nem favorável para aquela que é a maior cooperativa da região, para não dizer também uma das maiores a nível nacional”, concluindo que “a CALCOB é um barco muito grande que não pode pactuar com amadorismos”.
Esta cooperativa oliveirense, que fatura atualmente uma média de 18 milhões de euros por ano e tem 120 postos de trabalho diretos, tem cerca de 5 milhares de sócios, metade dos quais ativos.