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Cantanhede

Autarcas de Cantanhede reclamam no Parlamento a reabertura da consulta aberta

Deputada do PS, Raquel Ferreira, assegurou que a consulta aberta nunca encerrou, foi sim “adaptada” e mantém-se a funcionar, concretamente no Centro de Saúde de Cantanhede.

Uma representação do Município de Cantanhede esteve, no dia 22 de dezembro, na Assembleia da República, onde apresentou à Comissão de Saúde os fundamentos da petição pública desencadeada para reclamar a reabertura da Consulta Aberta, ou, tal como tem defendido a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, o regresso de uma Urgência Básica ao Hospital Arcebispo João Crisóstomo, mesmo que em horário reduzido, das 8h às 24h.

A líder do executivo cantanhedense esteve acompanhada do presidente da Assembleia Municipal (AM), João Moura, do vice-presidente da autarquia, Pedro Cardoso, dos vereadores Célia Simões e Sérgio Negrão e dos deputados municipais Carlos Fernandes (PSD), Abel Carapeto (PS) e Ulisses Salvador (Chega).

João Moura fez a contextualização histórica da criação da Consulta Aberta, desde 2007 a funcionar no Hospital Arcebispo João Crisóstomo das 8h às 24h, nos termos que ele próprio, na altura presidente da autarquia, negociou com o Ministério da Saúde, por contrapartida ao encerramento da urgência daquela unidade hospitalar. “Infelizmente o acordo nunca chegou a ser integralmente cumprido, nomeadamente porque os meios complementares de diagnóstico não funcionaram durante todo o horário protocolado, mas ainda assim o serviço cumpriu uma missão da maior importância no atendimento de doentes com situações agudas emergentes”, referiu, “lamentando profundamente o seu encerramento em março de 2020, sem que a Câmara fosse chamada a pronunciar-se ou sequer informada”.

Helena Teodósio lembrou que logo no início da pandemia reuniu com “a presidente da Administração Regional de Saúde do Centro [ARSC], que na ocasião transmitiu ao diretor do ACES que a Consulta Aberta era para manter, mas no dia seguinte ela fechou. Não sei de onde vem a autoridade ou a falta dela, mas desde essa altura temos andado continuamente a lutar pela manutenção de um serviço de saúde” que não dá resposta apenas à população de Cantanhede, mas também de municípios vizinhos.

A autarca entende que “esta é uma fase determinante tanto mais que, como é sabido, foi decidido, também unilateralmente, a integração do Hospital Arcebispo João Crisóstomo no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, tal como a do Centro de Medicina Física e Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais. Ainda não tomámos posição, pela simples razão de que ainda não fomos ouvidos”.

Presente na audição, a deputada do PS, Raquel Ferreira, assegurou que a consulta aberta nunca encerrou, foi sim “adaptada” e mantém-se a funcionar, concretamente no Centro de Saúde de Cantanhede. “O que é preciso aferir”, referiu, “é se esta consulta aberta adaptada está a funcionar bem e se está a dar as respostas que os cidadãos precisam”. A deputada admite que possa ser um “problema de organização local de serviços, e não uma questão política”, e afiançou que existe uma coordenadora da consulta aberta, que deverá fazer a interligação entre as várias entidades, nomeadamente ARSC e ACES. Terminaria dizendo que é importante perceber “se a coordenadora da consulta aberta já tomou algumas medidas para melhorar o seu funcionamento e, se sim, que medidas foram essas”.