O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou, no passado sábado, a disponibilização imediata de dois médicos e a resolução, para breve, deste problema.
O ministro, que falava na inauguração da remodelada Unidade de Saúde de Travassô, disse compreender “as pessoas que não têm médico de família, é um problema muito delicado”, anunciando que dos “sete médicos que faltam em Águeda, na próxima semana chegarão dois. Um sairá entretanto e ficam a faltar seis. Não tenhamos dúvidas de que não vamos conseguir resolver os problemas todos de um dia para o outro, mas estamos a trabalhar para encontrar as soluções”, disse.
No caso concreto da Região Centro e de Águeda em particular, acredita que o problema será resolvido “mais cedo do que tarde”.
Quanto à inauguração da Unidade de Saúde de Travassô, salientou que estas obras são “reveladoras de um programa político muito inteligente, de reaproveitar as coisas que temos, requalificando um espaço existente, que está muito funcional e de qualidade”.
Na cerimónia de inauguração das obras de ampliação, requalificação e arranjos exteriores do edifício da Junta de Freguesia e Unidade de Saúde (US) de Travassô, que já está em pleno funcionamento, o presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida, sublinhou que “Travassô hoje deu um salto de gigante e tem aqui a maior obra que algum dia a Câmara Municipal fez na freguesia”.
Esta empreitada, sublinhou o edil, é o resultado de um modelo de atuação do Município, que aposta
na capacitação das Juntas e Uniões de Freguesia do concelho, “com meios técnicos, financeiros,
materiais e de equipamentos, que lhes permitem prestar um serviço mais próximo e capaz junto das
populações”, respondendo às suas necessidades de uma forma “mais célebre, eficaz e eficiente”.
Jorge Almeida lembrou que, em 2022, o Município atribuiu 2.084 mil euros às Juntas de Freguesia, o
que evidencia “uma intenção deliberada da Câmara Municipal de capacitar as nossas juntas de
freguesia”, que ficam com condições ímpares para a prestação de serviços às populações, de que é
exemplo a intervenção em Travassô agora inaugurada.
“Águeda é também modelo nos serviços de saúde; fazemos o que está ao nosso alcance para criar as condições para a prestação de cuidados de saúde de qualidade”, disse, registando, a par da US de Travassô, as obras recentes da construção das US de Valongo do Vouga, Macinhata do Vouga e Aguada de Cima, a beneficiação das US de Fermentelos e Recardães, para além das obras em curso no Centro de Saúde de Águeda e no Hospital de Águeda. “E não vamos parar por aqui, vamos avançar com a US de Barrô e vamos mudar a da Mourisca”, enumerou.
Com uma área cerca de 350 quilómetros quadrados e com freguesias distantes, em Águeda “fazemos
o que está ao nosso alcance e precisamos de um pouco por todo o lado que estas unidades que a Câmara teima em dotar de ótimas condições, tenham a componente humana absolutamente essencial para prestar estes cuidados”, apelou, alertando que são necessários 5 ou 6 médicos no concelho e que quando “um chega, outro sai”.
Sobre o Hospital de Águeda, que está em obras e que vai ficar com o serviço de urgência totalmente
remodelado, Jorge Almeida apelou ao Ministro da Saúde que atente para a necessidade de dotação
de meios e para o reforço de valências. “Estamos a falar de uma urgência básica a que foi retirado
quase tudo, nomeadamente meios complementares de diagnóstico”, apontou, apelando ao ministro para que quando a urgência reabrir veja “reforçada a competência dos profissionais, sobretudo de medicina interna”, o que permitirá evitar viagens e aliviar “uma urgência (Aveiro) que não dá resposta”.
O Hospital de Aveiro “continua a ser pequenino e com um conjunto de necessidades fundamentais, como a hemodinâmica” e Águeda, pelas suas características e alinhado com o objetivo na criação do Centro Hospitalar, pode dar um contributo muito relevante na prestação de cuidados à população.
Manuel Pizarro, ministro da saúde, aceitou os apelos e admitiu o “problema da falta de médicos”. Quanto à inauguração da Unidade de Saúde de Travassô, salientou que estas obras são “reveladoras de um programa político muito inteligente, de reaproveitar as coisas que temos, requalificando um espaço existente, que está muito funcional e de qualidade”.
Investimento superior a meio milhão de euros
Sérgio Neves, presidente da UF de Travassô e Óis da Ribeira, viveu, no sábado, um dia “muito importante” para a freguesia, com a concretização de uma obra que demonstra que “é possível criar e fazer acontecer”. A nova unidade e a nova sede da JF têm “condições incríveis, do melhor que existe na região, com espaços que ficarão ao dispor de todos”.
O autarca aproveitou o momento para agradecer aos profissionais e técnicos envolvidos nesta empreitada e à “Câmara Municipal pelo apoio para esta concretização. Valeu a pena trabalharmos em conjunto, estamos satisfeitos com o resultado e por cumprir aquilo a que nos propusemos”, disse.
Refira-se que a empreitada (ampliação, requalificação e arranjos exteriores do edifício da Junta de Freguesia e Unidade de Saúde de Travassô) implicou um investimento global de 529.500 euros, totalmente suportado pelo Município de Águeda, por atribuição de apoio financeiro à União de Freguesias.
A par das obras, a Câmara de Águeda comparticipou com o valor de 11.500 euros para assegurar as despesas relativas às obras de adaptação do edifício da Junta de Freguesia de Óis da Ribeira para instalação de uma unidade de saúde provisória, que garantiu a prestação de cuidados de saúde à população local enquanto decorreram as obras de requalificação do novo edifício.
A nova unidade de saúde, com modernas e funcionais instalações, tem a capacidade para atender o dobro dos utentes e engloba dois gabinetes médicos e dois de enfermagem, uma enfermaria, para além de secretaria e áreas sociais e de apoio.
A sede da Junta de Freguesia está dotada de sala de reuniões, sala polivalente com capacidade para 100 pessoas (que encheu para a inauguração deste sábado), espaço de arquivo e museu, dispondo
ainda, no piso inferior, de uma área de atendimento, o CTT e o Espaço Cidadão.