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Caves São Domingos rumo a “Resíduo Zero

Jornadas técnicas sobre sustentabilidade absoluta decorreram no Museu do Vinho Bairrada. Resíduo Zero é meta para a empresa.

Após a obtenção, de um modo pioneiro na região da Bairrada, do Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade, que lhe foi atribuído pela ViniPortugal, as Caves São Domingos já estão a desenvolver procedimentos com vista a uma outra certificação, a do “Resíduo Zero”.

Visando estreitar relações com outros agentes do setor, entre agricultores, produtores de uva e produtores engarrafadores, a empresa dinamizou no passado dia 8 de agosto, no Museu do Vinho da Bairrada, as Jornadas Técnicas “Resíduo Zero – Em busca da sustentabilidade absoluta”, convidando para o efeito diversos técnicos conceituados, oriundos de empresas certificadoras, do meio académico, representantes de associações de produtores, do grande retalho e também das instituições públicas coordenadoras da Agricultura, representada pela CCDR – Centro, e Comissão Vitivinícola da Bairrada.

Divididas em dois momentos, as jornadas técnicas iniciaram-se com a intervenção de Javier Arizmendi, doutorado em Ciências Agrárias e Ambientais, sendo coordenador da empresa espanhola Zerya, responsável pela produção agrícola sem resíduos, que, dissertando sobre as vantagens da implementação de práticas ambientalmente menos nocivas na agricultura, estabeleceu as coordenadas de todo o procedimento de certificação.

Com diversas exigências, os procedimentos atuam a nível dos solos, da água, do cultivo e dos meios técnicos, dos adubos e bioestimulantes e, por fim, da fitopatologia da cultura.

A segunda intervenção coube a Liliana Perestrelo, licenciada em Engenharia do Ambiente e Recursos Rurais, ela que é a fundadora da Naturalfa, organismo especializado na certificação de operadores e empresas do setor agroalimentar, a qual deu vários exemplos do trabalho por si realizado junto de empresas nacionais do ramo, mostrando os casos de sucesso de diversas entidades que adotaram práticas mais sustentáveis no desenvolvimento agrícola.

Numa segunda parte, promoveu-se o debate numa mesa-redonda, coordenada por Miguel Ferreira, advogado e cronista da revista Vinho Grandes Escolhas, a qual contou com a presença dos oradores anteriormente intervenientes e, ainda, dos académicos António Dinis Ferreira, docente da ESAC, e Carla Patinha, professora especialista em solos da Universidade de Aveiro.

Rosa Guilherme e Pedro Soares, representaram, respetivamente, a CCDR – Centro e a Comissão Vitivinícola da Bairrada, numa partilha de informações que trouxe também Sónia Leite, representante da API Bairrada, e Marta Barradas, do Clube Produtores Continente do grupo Sonae.

A dinâmica do debate entre as mais de quatro dezenas de pessoas presentes contou com produtores de uva e de vinho da região da Bairrada, que consideraram a iniciativa muito pedagógica e, sobretudo, abriu as mentalidades aos novos desafios que se avizinham que implicarão que as práticas agrícolas de um futuro muito próximo atinjam a sustentabilidade absoluta.