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Sociedade // Vagos  

Traje gandarês representa Vagos em exposição regional

Num fim de semana dedicado à recriação de tradições da cultura gandaresa, onde não faltou um jantar de rojões, um serão de estórias ao borralho e uma “escapadela” de milho à moda antiga, a Casa-Museu Gandaresa de Santo António, em Vagos, acolheu também a sessão de inauguração da exposição “As {11} Vidas da Ria”, uma iniciativa de Aveiro Capital Portuguesa da Cultura 2024, que documenta o passado histórico e o quotidiano das populações da região através dos seus trajes populares.

“Na programação deste ano em que Aveiro é Capital Portuguesa da Cultura, quisemos ter toda a região connosco e mostrar ao país e a todos quantos nos visitam o contributo de Aveiro para a cultura portuguesa. Para isso, desenvolvemos uma série de projetos que nos ajudaram a conhecermo-nos uns aos outros e nos permitiram dar a conhecer o nosso território”, enquadra Sónia Almeida, chefe da divisão de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Aveiro.

“Fizemos um encontro de bandas e um desfile de ranchos da região, uma exposição dedicada às embarcações aveirenses – o município de Vagos fez-se representar nesta exposição, que esteve patente no canal central da cidade de Aveiro durante os meses de julho e agosto, com um tradicional barco de mar utilizado pelas companhas da arte xávega – e esta exposição ‘As {11} Vidas da Ria’”. “Trata-se de uma exposição polinucleada, dispersa pelos 11 municípios da região, em que cada um homenageia os trajes que mais se destacam no seu território”, esclarece Sónia Almeida.

O traje gandarês

No caso do município de Vagos, a escolha recaiu sobre o traje gandarês: ele veste calça preta de fazenda, camisa de linho de burel preto com botões prateados, bota de calfe e chapéu de aba larga e, por vezes, completava o conjunto com um relógio de bolso com corrente de ouro ou prata; ela, por seu turno, usava saia preta de veludo sobre um saiote de algodão bordado, uma blusa e um lenço de seda, meias brancas, chinelas e um xaile preto pelos ombros. Os brincos e o cordão de ouro, herança de família, estavam reservados para dias especiais.

“Os lavradores ricos vestiam assim no dia a dia, ao passo que, para os mais pobres, estes eram trajes domingueiros, usados em festas e ocasiões especiais”, explica Manuel Pereira, do Grupo Folclórico de Santo António de Vagos.

No âmbito desta mostra, além do traje gandarês, presente na “sala do Senhor” da Casa-Museu Gandaresa de Santo António, em Vagos, os visitantes podem ainda conhecer o trajes típicos do marnoto e da salineira de Aveiro, da mondadeira de Estarreja, da varina de Ovar, da leiteira de Sever do Vouga e das mulheres das secas de bacalhau de Ílhavo, assim como o singular lenço da mulher de Águeda, a vestimenta do moleiro de Albergaria e dos pescadores e lavradores da Murtosa, sem esquecer o característico traje bairradino de Anadia e os uniformes das bandas filarmónicas de Oliveira do Bairro.

Apesar de a sessão protocolar de inauguração da exposição “As {11} Vidas da Ria” em Vagos só ter acontecido agora, a verdade é que a mostra está disponível desde o dia 6 de julho e, segundo Manuel Pereira, “todos os fins de semana tem recebido visitas”. A informação é confirmada por Sara Caladé, vereadora da câmara de Vagos responsável pelo pelouro do Turismo. “Mais de uma centena de pessoas já passaram por aqui especificamente para visitar a exposição”, avança a autarca.

A exposição “As {11} Vidas da Ria” na Casa-Museu Gandaresa de Santo António, em Vagos, está disponível para visita, de sexta-feira a domingo, até ao dia 29 de setembro.

Afonso Ré Lau